Eterna Gratidão á todas as familias movidas pelo amor / Campanha Pró- Transplante "RESPIRAR-IRESC"

AGRADECIMENTO AOS FAMILIARES DOS DOADORES DE ÓRGÃOS Este é um simples agradecimento diante da grandiosidade do ato da doação, por que na verdade nos sobram muitas palavras para expressar tamanha gratidão. Agradecemos a cada familiar pelo SIM à doação de órgãos que não somente salva a vida de alguém, mas que também muda o quadro de uma família inteira que vive a angústia da espera e a expectativa da mudança, quando essa mesma família doadora vive a angústia da perda. Quando este misto de alegria e tristeza, perdas e ganhos, lamentações e orgulho, sofrimento e liberdade vem à tona, os elos contrários que unem as duas famílias desconhecidas se entrelaçam para um objetivo comum SALVAR VIDAS. Diante desse elo de amor, a balança da vida mostra há essas duas famílias unidas por destinos diferentes e complementares lições valiosas: que a perda às vezes não significa perda; significa ganho. E que espera não significa dor; significa alegria. Obrigada você família, pela consciência e amor, puro e genuíno para com o próximo. E acreditamos que a cada dia, muitas famílias terão consciência do ato de doar e salvar vidas. E estas continuarão sendo como as ostras, que no momento que são feridas produzem a PÉROLA! ETERNA GRATIDÃO A TODAS AS FAMÍLIAS MOVIDAS PELO AMOR / Texto extraido do site:http://transplantepulmonar.com/agradecimento.html

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Assistência de fato / Laura Hoffmann ( Unicamp )



A assistência social é um serviço fundamental para quem vive o tratamento domiciliar.

"Ir à casa do paciente te dá a possibilidade de conhecer sua realidade"

Laura Hoffman é desses profissionais que trabalham com o coração. Assistente social há 32 anos, atua em tratamento domiciliar há 22. Para ela, o Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, é sua segunda casa.

Responsável pelo Programa de Suporte Respiratório Domiciliar do hospital, a assistente social vai além de suas tarefas habituais: já foi buscar cilindro de oxigênio em véspera de Natal para um paciente, impediu que a companhia elétrica da cidade cortasse a luz de um deles e deu apoio a outro para a criação de uma associação que defendesse seus direitos. É tanta dedicação que criar vínculos se tornou natural para ela.

Confira abaixo a entrevista que fizemos com Laura.


Qual a função da assistência social na vida dos pacientes em tratamento domiciliar?

A assistência social tem como função dar todo o apoio necessário ao retorno do paciente para sua casa. Assim, somos nós que providenciamos os equipamentos, fazemos o acompanhamento das questões burocráticas, e orientamos os profissionais de saúde que seguirão com o paciente. Por sermos um hospital de referência, também damos suporte para as Secretarias de Saúde de cada município da região para que o paciente possa estar adequadamente em casa.


Qual a importância da assistência social para quem está em tratamento domiciliar?

A importância da assistência social está no vínculo que se cria entre o profissional e o paciente. É o assistente social que tem o maior vínculo com os pacientes, pois eles o procuram para todo tipo de suporte, como adquirir equipamento, medicação, orientação para procedimentos burocráticos, dúvidas básicas. O assistente social é o profissional mais próximo, é um referencial para o paciente, para quem ele sempre retorna.

Por que escolheu atuar em tratamento domiciliar?

O tratamento domiciliar surgiu na minha vida pelo trabalho que desenvolvíamos no hospital. Em 1989, atendemos nosso primeiro paciente encaminhado para o tratamento domiciliar. Pela própria necessidade da instituição, iniciamos a modalidade, oferecida, naquela época, pelo hospital. Ao longo desses anos, fomos aprimorando o atendimento e, hoje, damos toda a assessoria possível para que o paciente possa ser cuidado em casa. Hoje, temos 600 pacientes em assistência domiciliar, mas já passaram por nós mais de 1500.

Há quanto tempo atua na área?

Trabalho com tratamento domiciliar desde 1989, quando iniciamos o serviço no Hospital de Clínicas da Unicamp.

Qual a diferença entre atuar na assistência em casa e fora dela?

A principal diferença é que ir à casa do paciente te dá a possibilidade de conhecer sua realidade. Você consegue analisar o ambiente em que ele vive e até readequar a casa para melhor recebê-lo. Você acompanha a vida do paciente, entende suas necessidades e o orienta de uma forma mais eficiente. No hospital, o atendimento é mais superficial, não se cria um vínculo. Além disso, a assistência domiciliar proporciona ao paciente uma melhoria em seu quadro clínico, pois responde positivamente ao tratamento, já que está em seu ambiente, ao lado de quem ama. Sem contar que não corre o risco de infecção hospitalar.

Você constrói vínculo afetivo com os pacientes?

Com certeza, muito. Eles têm uma gratidão infinita por você. A mulher de um paciente nosso nunca deixou de vir me ver, e o marido dela já morreu há mais de 10 anos. Outro traz balinha para eu entregar para a minha mãe e sempre pergunta como a minha filha está; ele a chama de princesa. São carinhos que não deixamos de receber mesmo quando o paciente já teve alta. É um vínculo muito especial.


Como foi o seu apoio na criação da Respirar, organização do paciente Marcos Lúcio?

O Marcos Lúcio está conosco há anos, ficou bastante tempo internado, então, tudo o que ele precisa de orientação busca conosco. Pela proximidade, criamos um vínculo muito forte, pois a assistência social é quem dá o maior suporte. Não sei precisar como a associação foi criada, mas posso afirmar que ela surgiu da necessidade dos pacientes com problemas respiratórios.

Para você, quais os principais problemas enfrentados por quem está em tratamento domiciliar?

O maior problema é a questão da energia elétrica, pois esses pacientes utilizam aparelhos que gastam muita energia elétrica. E são aparelhos indispensáveis para a sobrevivência deles. São pacientes com doenças crônicas na tentativa de aumentar suas sobrevida e qualidade de vida. Muitos são de baixa renda, ganham um salário mínimo, gastam ainda com medicamentos e alimentação especial, e não têm como pagar uma conta de mais de 500 reais. Existe muita burocracia para impedir que a companhia elétrica corte a energia de suas casas. Tenho pacientes que devem mais de 40 mil reais. Conseguimos impedir o corte, mas não o cancelamento da dívida e a isenção da conta, que é acumulativa. Então, esse desgaste é o maior problema que vejo para quem está em tratamento domiciliar.

Na sua opinião, o que é preciso para se obter sucesso no atendimento domiciliar?

Para mim, faltam políticas públicas efetivas para regulamentar o atendimento domiciliar. Então, seu sucesso está em fornecer os equipamentos necessários para os pacientes, a energia elétrica para tanto, e a manutenção do tratamento, como fornecimento dos medicamentos e atendimento especializado de profissionais no domicílio. E para que isso aconteça, não perco a esperança e a força para prosseguir.


Texto e Imagem extraido do site > www.devoltaparacasa.org.br/revista/ar-livre/materias/assistencia-de-fato

Nenhum comentário:

Postar um comentário