Eterna Gratidão á todas as familias movidas pelo amor / Campanha Pró- Transplante "RESPIRAR-IRESC"

AGRADECIMENTO AOS FAMILIARES DOS DOADORES DE ÓRGÃOS Este é um simples agradecimento diante da grandiosidade do ato da doação, por que na verdade nos sobram muitas palavras para expressar tamanha gratidão. Agradecemos a cada familiar pelo SIM à doação de órgãos que não somente salva a vida de alguém, mas que também muda o quadro de uma família inteira que vive a angústia da espera e a expectativa da mudança, quando essa mesma família doadora vive a angústia da perda. Quando este misto de alegria e tristeza, perdas e ganhos, lamentações e orgulho, sofrimento e liberdade vem à tona, os elos contrários que unem as duas famílias desconhecidas se entrelaçam para um objetivo comum SALVAR VIDAS. Diante desse elo de amor, a balança da vida mostra há essas duas famílias unidas por destinos diferentes e complementares lições valiosas: que a perda às vezes não significa perda; significa ganho. E que espera não significa dor; significa alegria. Obrigada você família, pela consciência e amor, puro e genuíno para com o próximo. E acreditamos que a cada dia, muitas famílias terão consciência do ato de doar e salvar vidas. E estas continuarão sendo como as ostras, que no momento que são feridas produzem a PÉROLA! ETERNA GRATIDÃO A TODAS AS FAMÍLIAS MOVIDAS PELO AMOR / Texto extraido do site:http://transplantepulmonar.com/agradecimento.html

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica mata 37 mil brasileiros todos os anos

Exame clínico e teste da função pulmonar evitam progressão da DPOC, mal que mata um brasileiro a cada 14 minutos

Segundo dados do Datasus, só no Brasil, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica conhecida pela sigla DPOC - mata 37 mil pessoas por ano. Progressiva e irreversível, é caracterizada pela manifestação conjunta da bronquite crônica e do enfisema pulmonar. Assim como o diabetes e a hipertensão, apesar de não ter cura, pode ser controlada, mas o sucesso para tal controle depende de atenção do paciente e diagnóstico correto por parte dos profissionais de saúde.

" A doença é grave e requer cuidados. Infelizmente ainda é subdiagnosticada no Brasil" , afirma dr. Oliver Nascimento, pneumologista da Unifesp e diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). Causada pela inalação de substâncias tóxicas, principalmente as do cigarro, a DPOC afeta adultos e exige tratamento específico para controlar sintomas como tosse, pigarro e falta de ar progressiva, chegando, até mesmo, na incapacidade em realizar atividades diárias. " O paciente com DPOC avançada, muitas vezes, não consegue subir escadas, tomar banho sozinho e, em alguns casos, pentear os cabelos" , explica Nascimento.

O especialista afirma ainda que, de modo geral, os pacientes procuram o médico quando a dificuldade para respirar já está interferindo em seu dia a dia, mas, quanto antes o diagnóstico for feito e o tratamento adequado iniciado, melhor será sua qualidade de vida.

Além de reforçar a importância de cessar o tabagismo, médicos costumam dar dicas para melhorar a qualidade de vida do paciente. " Os exercícios físicos melhoram a condição do paciente na realização de suas atividades. O indivíduo deve passar por uma avaliação médica para conhecer o grau de capacidade respiratória. Após essa avaliação, o especialista poderá determinar qual a atividade física é mais adequada a ele" , explica Nascimento.

O tratamento medicamentoso também é fundamental. Análises do estudo UPLIFT, um dos maiores já realizados em pneumologia, demonstraram que a intervenção precoce com brometo de tiotrópio pode evitar a progressão da doença desde sua fase inicial, além de manter o paciente ativo e reduzir mortalidade. Recomendado pelos consensos internacional e brasileiro de DPOC, o tiotrópio é um broncodilatador de longa duração, desenvolvido especificamente para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. O medicamento, com ação anticolinérgica, dilata os brônquios, controla o diâmetro das vias aéreas e proporciona melhora da qualidade de vida, aumentando a resistência a exercícios e reduzindo as crises que o paciente frequentemente apresenta.

Texto extraido do site >http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/8476/saude-publica/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-mata-37-mil-brasileiros-todos-os-anos

Cuba anuncia primeira vacina contra câncer de pulmão / Produto é capaz de inibir o crescimento do tumor




cancer-pulmaoGetty Imagens

Cuba registrou a primeira vacina terapêutica contra o câncer de pulmão avançado no mundo. De acordo com jornal oficial Trabajadores, que fez o anúncio nesta segunda-feira (10), mais de mil pacientes já estão em tratamento com a vacina nomeada CimaVax EGF.

A responsável pelo projeto, Gisela González, do Centro de Imunologia Molecular (CIM) de Havana, explicou que a vacina oferece a possibilidade de transformar o câncer avançado em uma "doença crônica controlável".

Gisela explica que a CimaVax EGF é o resultado de mais de 15 anos de pesquisa direcionada ao tumor e não provoca efeitos adversos severos.

- A vacina é baseada em uma proteína que todos temos e que está relacionada com os processos de proliferação celular. Quando há câncer, [essa proteína] está descontrolada.

Gisela explicou que, como o organismo tolera "aquilo que é seu" e reage contra "o estranho", foi preciso elaborar uma vacina que produzisse anticorpos contra essa proteína, que já é própria do organismo.

A vacina é aplicada no momento em que o paciente conclui a terapia com radioterapia e quimioterapia. Ela ajuda a controlar o crescimento do tumor sem causar toxicidade, explica a pesquisadora.

Além disso, a vacina pode ser utilizada como um tratamento "crônico que aumenta as expectativas e a qualidade de vida do paciente". A pesquisadora declarou que, após alcançar seu registro em Cuba, atualmente o CimaVax EGF "progride" em outros países. Os médicos agora esperam poder utilizar a vacina para tratar outros tumores, como os de próstata, útero e mamas.

Texto e Imagem extraido do site > http://www.oriobranco.net/mundo/9942-cuba-anuncia-primeira-vacina-contra-cancer-de-pulmao.html

CEARA faz primeiro transplante de pulmão do Norte/Nordeste



Equipe do hospital de Messejana realizou transplante no vendedor autônomo Francisco Eudes Aguiar

Hospital de Messejana é a quarta unidade de saúde do Brasil a realizar esse tipo de intervenção cirúrgica

Há oito anos, o vendedor autônomo Francisco Eudes Aguiar, 46 anos, morador da cidade de Sobral, região Norte do Ceará, convivia com um enfisema pulmonar, doença crônica, na qual os tecidos dos pulmões são gradualmente destruídos. O seu quadro clínico se agravou tanto que, há sete meses, seu Eudes dependia de um aparelho de oxigênio para sobreviver.

Mas, ontem, todo esse sofrimento chegou ao fim, pois o vendedor, finalmente, foi submetido a um transplante de pulmão. A cirurgia, feita no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital do Coração de Messejana), foi a primeira a ser realizada em todo o Norte e Nordeste do Brasil.

Pioneirismo

Antes, o transplante de pulmão só era realizado nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. De acordo com a diretora do Hospital do Coração de Messejana, Socorro Martins, há um ano a unidade já havia sido avaliada pelo Ministério da Saúde, que a considerou apta para realizar o procedimento.

Contudo, diante da preparação da equipe médica, aliada à dificuldade de captação do órgão e ao criterioso protocolo de exames, os quais os pacientes devem submeter-se, a cirurgia só pode ser realizada ontem.

"Ele já não tinha mais condições de trabalhar. Se saísse de casa, era obrigado a voltar quatro horas depois para repor o oxigênio liquido que o mantinha vivo", explica a coordenadora clínica do transplante de pulmão do Hospital do Coração de Messejana, Cyntia Viana.

A médica ressalta que o enfisema pulmonar de Francisco Eudes Aguiar já estava em fase avançada e o funcionamento do pulmão esquerdo estava comprometido, com apenas 33, 9% da função normal.

Apesar do cansaço, depois de sete horas realizando o procedimento, a coordenadora clínica da unidade afirma que a cirurgia é considerada uma vitória histórica para o Estado do Ceará. "O processo até chegar a realização do transplante demandou muito tempo de pesquisa e dedicação de uma equipe composta por seis cirurgiões torácicos. Contudo, depois de anos de preparação, conseguimos essa vitória", assegura a coordenadora Clínica do Transplante de Pulmão do Hospital do Coração de Messejana.

A médica explica que não é tão simples conseguir um doador compatível, pois além do órgão ter que estar livre de qualquer tipo de infecção ou lesão, o doador deve ter peso e altura equivalentes ao receptor.

Ainda segundo ela, todo o processo de captação do órgão até a realização do transplante só pode ser feito em, no máximo, seis horas.

Cyntia Viana acrescenta, ainda, que a cirurgia de Francisco Eudes foi um sucesso e ressalta que a expectativa é que o paciente se recupere bem em um curto espaço de tempo.

Além do vendedor Francisco Eudes, mais um paciente precisa de um transplante de pulmão no Ceará. O militar aposentado Ednardo Zacarias, 64, há um ano espera pelo procedimento.

Com o perfil de atleta, ele conta que adorava jogar futebol, praticar judô e nadar, mas há muitos anos, diante do cansaço e da falta de ânimo, parou de fazer todas essas atividades.

De acordo com Ednardo Zacarias, apesar de não ser fumante, todo esse quadro já fazia parte de uma doença chamada fibrose pulmonar, que ele só descobriu ser portador há um ano e seis meses.

Fibrose pulmonar é termo médico usado para descrever o espessamento e cicatrizes profundas no interior dos pulmões. Os sintomas são dispneia progressiva, tosse, dores no tórax e dedos em baqueta de tambor, assim como os sintomas de uma eventual doença subjacente.

"Há um ano, dependo do oxigênio artificial para sobreviver. Muitas vezes, o cansaço é tão intenso que não largo o cilindro nem para tomar banho. Confesso que é um sacrifício grande viver assim, mas tenho fé que depois do transplante vou ficar curado", desabafa Zacarias.

Para Walda Ponte da Silva, esposa do militar, a cirurgia, certamente, será a salvação do marido e um alívio para toda a família. "Estamos esperando a realização desse transplante a qualquer momento. Rezo para que os médicos consigam um doador compatível com meu marido", disse.

Fique por dentro
Enfisema pulmonar

Caracterizado, principalmente pela perda da capacidade de respirar, o enfisema pulmonar é uma doença crônica, na qual os tecidos dos pulmões são aos poucos destruídos. A exposição a produtos químicos ou o uso prolongado do tabaco são os principais causadores do problema. A patologia tem início com a destruição de pequenos sacos de ar (alvéolos) que compõem os pulmões. Como consequência, nas áreas afetadas, não ocorrem as trocas gasosas de maneira satisfatória, fazendo com que diminua a quantidade de oxigênio no sangue, surgindo, então, a dificuldade para respirar. O enfisema pulmonar também é caracterizado pela perda da elasticidade dos pulmões, tornando mais difícil a saída do ar após cada inspiração. Além de evitar o tabagismo, outra forma de se prevenir a doença é reduzir a exposição à poluição do ar

KARLA CAMILA
ESPECIAL PARA CIDADE

Texto e Imagem extraido do site > http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=997320

Estudo revela a eficácia de tratamento para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Resultado mostra que brometo de tiotrópio reduz em 28% as crises graves, contribuindo para diminuir o número de internações e mortes pela doença

Um estudo publicado neste mês pelo New England Journal of Medicine, demonstram a eficácia do brometo de tiotrópio, em comparação ao salmeterol, no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Segundo a análise, o tiotrópio reduz em 28% o risco de exacerbações — crises fortes de falta de ar, tosse e produção de catarro que acometem os portadores da doença — graves e em 14% o risco de exacerbações moderadas, contribuindo para a diminuição do número de internações em um período de um ano.

A pesquisa comprova também que o tiotrópio atrasa significativamente a ocorrência da primeira crise de DPOC, com uma redução de risco de 17% em relação ao salmeterol, além de diminuir em 11% a taxa anual das crises vividas pelos pacientes e em 23%, 15% e 24% os riscos de exacerbações tratadas com corticoides sistêmicos, antibióticos ou ambos, simultaneamente.

As exacerbações acarretam grande impacto sobre a saúde dos pacientes e geralmente resultam em frequentes internações. Essas crises são indicadores-chave da progressão da doença e do declínio na função pulmonar. Preveni-las é a meta principal do tratamento com broncodilatadores inaláveis de longa duração, como o brometo de tiotrópio. O medicamento aumenta o diâmetro das vias aéreas e proporciona melhora dos sintomas, aumenta a resistência às atividades diárias e aos exercícios, além de reduzir as crises.

A análise envolveu 7.376 pacientes de DPOC moderada a muito grave. Dos 2.691 pacientes que apresentaram exacerbações, 44% tinham DPOC moderada. Os efeitos do brometo de tiotrópio na redução da taxa anual de crises por paciente foi superior em todas as análises, independentemente de idade, sexo, tempo de exposição ao cigarro, gravidade da doença, índice de massa corporal e uso de outros medicamentos. Além disso, os benefícios do tiotrópio em comparação ao salmeterol tornaram-se evidentes um mês após o início da análise e mantiveram-se durante todo o período de duração do estudo.

— As exacerbações têm grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e aumentam o risco de morte. Este estudo reforça o brometo de tiotrópio como primeira escolha no tratamento de manutenção dos pacientes com DPOC, permitindo aos portadores levar uma vida ativa por mais tempo — afirma o médico Claus Vogelmeier, coordenador da pesquisa e professor do departamento de Medicina Interna, Divisão de Pneumologia, da Universidade de Marburg, na Alemanha.

Sobre a DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crônica é caracterizada pela manifestação conjunta da bronquite crônica e do enfisema pulmonar e atinge aproximadamente 210 milhões de pessoas em todo o mundo, 7 milhões só no Brasil. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a doença é responsável por aproximadamente 270 mil internações e 40 mil mortes por ano.

Por essa razão, a DPOC tem forte impacto econômico para o governo: a doença custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões ao ano, visto que cerca de 70% dos pacientes dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento. Além dos custos relacionados a internações e remédios, a doença leva a falta de resistência física, ausência no trabalho e morte prematura, ocasionando gastos adicionais para a família, paciente ou responsável.

Quando a enfermidade progride, a função pulmonar diminui, o paciente não consegue mais fazer atividades físicas e, muitas vezes, nem as tarefas do dia a dia. Por isso é importante garantir diagnóstico e tratamento o mais cedo possível, para que a doença não avance. A cessação do tabagismo também é peça fundamental do tratamento, já que os fumantes são os mais atingidos: 90% dos casos.

texto extraido do site > http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,3264050,Estudo-revela-a-eficacia-de-tratamento-para-Doenca-Pulmonar-Obstrutiva-Cronica.html

Principais avanços em transplante pulmonar

Hoje em dia, são realizados no país os transplantes unilateral, bilateral e coração-pulmão. No primeiro caso, apenas um pulmão é transplantado; no segundo caso, ambos os órgãos são transplantados no mesmo ato cirúrgico, em sequência. O transplante coração-pulmão, menos frequente, é realizado em casos de doença cardíaca associada à pulmonar.

Estes procedimentos podem ser a única saída para uma série de doenças graves. “As principais indicações são para pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC, decorrente do tabagismo, que em um número significativo de pacientes evolui para a perda progressiva da função pulmonar; fibrose pulmonar idiopática, igualmente mais comum em fumantes, que ocorre principalmente em homens na terceira idade, levando a progressiva dificuldade em promover a troca de oxigênio; fibrose cística, doença genética cujo tratamento vem levando ao prolongamento da vida de muitas crianças, que atingem a idade adulta e são encaminhados para serem transplantados, e a hipertensão arterial pulmonar, doença pouco comum e grave, que leva ao aumento progressivo da pressão nas artérias do pulmão”, explica a dra. Valeria.

Qualquer que seja a técnica, o fato de receber um órgão estranho leva o receptor à necessidade permanente de medicação imunossupressora para prevenir a rejeição do órgão transplantado. O uso de imunossupressores, por sua vez, predispõe à ocorrência de diversas infecções, alerta a especialista. “O paciente deverá, portanto, receber acompanhamento médico frequente por no mínimo um ano após a cirurgia e, a partir daí, as consulta serão regulares, conforme orientação médica”.

Principais progressos
Ainda há muito que crescer nesta área, relata a médica. “Depois de progressos como a evolução do transplante bilateral em algumas patologias, que aumentou a taxa de sobrevida dos pacientes, o aumento na qualidade da solução para perfusão, os progressos na antibioticoterapia e atualmente a técnica ex-vivo para a recuperação dos pulmões, ainda temos que melhorar as drogas imunossupressoras, para que sejam menos lesivas ao rim. Também é necessário intensificar as pesquisas e condutas que visam o suporte do paciente crítico fora de possibilidade terapêutica e potencial doador”, alerta a dra. Valéria.

Como encontrar um doador

O transplante de pulmão é autorizado e custeado pelo Ministério da Saúde, sendo realizado na rede pública de saúde. “Há três grupos de transplantes, com listas de espera individuais: uma no Rio Grande do Sul, outra em São Paulo e a terceira em Minas Gerais. As listas no sul e em São Paulo tendem a ser maiores, pelo fato dos grupos também serem maiores e mais estabelecidos. Em Belo Horizonte, por exemplo, há atualmente dez candidatos na lista de espera”, revela a especialista.

Este número, no entanto, pode significar um período muito grande de espera, pois doadores com pulmões viáveis para transplante são difíceis.

Texto extraido do site > http://www.redenoticia.com.br/noticia/2011/principais-avancos-em-transplante-pulmonar/33825

Cientistas americanos encontram células-tronco no pulmão

Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos encontrou células-tronco onde até agora elas nunca tinham sido vistas: o pulmão. A descoberta pode render, no futuro, novas opções de tratamento para quem sofre de doenças pulmonares crônicas ao regenerar áreas doentes do órgão, segundo um dos autores do estudo, Piero Anversa, diretor do Centro de Medicina Regenerativa do Hospital de Brigham, afiliado à Universidade Harvard.


A pesquisa foi apresentada na edição desta semana da revista médica 'New England Journal of Medicine'.


A equipe de Anversa estudou tecidos pulmonares retirados após cirurgias e conseguiu isolar as células-tronco, que se mostraram capazes de se dividir tanto em novas células-tronco quando em outras que formariam tecidos pulmonares.


Para testar a eficácia de uma futura terapia, eles injetaram essas células-tronco em camundongos com danos pulmonares e viram a formação e integração estrutural de novos bronquíolos e alvéolos.


'Ainda é preciso pesquisar mais, mas estamos animados com o possível impacto que essa descoberta pode ter na nossa capacidade de regenerar ou recriar tecidos pulmonares em áreas doentes do pulmão', disse, em nota, Joseph Loscalzo, coautor da pesquisa.


Fonte: G1
Texto extraido do site > http://www.orm.com.br/plantao/noticia/default.asp?id_noticia=531939

Liminar Garante Internação de Paciente com Doença Pulmonar

O juiz Fábio Antônio Correia Filgueira, da 1ª Vara da Fazenda de Natal, determinou que o Plano de Saúde Excelsior Med Ltda autorize a internação hospitalar de um paciente que sofre de um sério problema pulmonar no hospital PAPI, em Natal, onde está internado, com data retroativa a 05/05/2011, perdurando até alta médica.

A liminar também determina que o plano forneça todos os materiais, medicamentos e procedimentos requisitados pelos médicos do autor e do hospital, imprescindíveis à recuperação do paciente ou à sua sobrevida, sob pena de multa diária no valor importe de mil reais por dia de atraso.

O autor informou na ação que a sua empregadora, a empresa Restaurante Chinatown Natal Ltda., em 19/03/2003, celebrou com a Excelsior Med Ltda contrato coletivo de assistência à saúde que o beneficia. No ano de 2010 descobriu ser portador de DPOC, patologia pulmonar obstrutiva crônica, que já comprometeu 80% dos seus alvéolos, o que lhe torna dependente de dispositivos como bala de oxigênio e bolsa de oxigênio portátil.

Em razão de uma forte crise se encontra hospitalizado no PAPI desde 05/05/2011, contudo, a empresa se nega a autorizar sua internação, bem como, todos os procedimentos e medicamentos inerentes ao tratamento. Ela sustenta que houve rescisão unilateral do contrato aludido e não pode autorizar a internação, embora tenha recebido mensalidade em data posterior.

Ao julgar o caso o juiz observou que a rescisão promovida pelo plano de saúde ocorreu de maneira unilateral e sem justificativa, e, em se tratando de contrato cujo objeto implica a proteção de direito fundamental, pois se trata de saúde, impõe-se, num primeiro momento, optar pela continuidade da relação contratual, até os devidos esclarecimentos, em especial no presente caso, quando se verifica que o paciente precisa, com urgência, de receber tratamento médico, correndo, inclusive, risco de morte, conforme os atestados médicos juntados aos autos.

O magistrado entendeu que não há nenhuma restrição contratual quanto à prestação do serviço pleiteada, já que o contrato faz a previsão expressa da coberta referente ao tratamento de saúde de que necessita o paciente. Segundo ele, há prova nos autos de que o autor integra o grupo de beneficiados do contrato e, portanto, possui vínculo contratual com o plano. Quanto ao perigo da demora, o atestado médico anexado aos autos demonstra a urgência na internação hospitalar do autor. (Processo 0109940-79.2011.8.20.0001)

Fonte: TJRN
Texto extraido do site > http://www.direitolegal.org/primeira-instancia/liminar-garante-internacao-de-paciente-com-doenca-pulmonar/

Britânico de 4 anos ganha novo pulmão em cirurgia pioneira Mason Lewis, de apenas 93 centímetros, é a menor pessoa a receber transplante pulmonar na G


Menino Mason Lewis, que recebeu transplante de pulmão (Foto: BBC)Menino Mason Lewis, que recebeu transplante de
pulmão (Foto: BBC)

Um menino de quatro anos se tornou a menor pessoa da Grã-Bretanha a receber um transplante de pulmão.

Mason Lewis, de apenas 93 centímetros, foi submetido a uma operação de oito horas na qual recebeu um pulmão de 11 centímetros.

Mason foi diagnostico como portador de hipertensão pulmonar quando tinha nove meses de idade.

De acordo com Martin Elliott, um cirurgião cardiotorácico, que foi um dos envolvidos na cirurgia, afirmou que ''a operação é idêntica à realizada em pessoas maiores, mas obviamente é preciso maior precisão e delicadeza''.

Ele afirmou que os cirurgiões utilizaram lentes de aumento e fizeram pontos menores, que acabam se dissolvendo, o que reduz o risco de criar tecido cicatricial, que poderia inibir o crescimento futuro.

Se não fosse a cirurgia, afirma Helen Spencer, uma das médicas que trataram a criança, Mason talvez só contasse com mais dois anos de vida.

texto e imagem extraido do site > http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/britanico-de-4-anos-ganha-novo-pulmao-em-cirurgia-pioneira.html

Scanner supera radiografia na detecção de câncer de pulmão





A detecção por scanner do câncer de pulmão permite reduzir em 20 os óbitos entre fumantes e ex-fumantes em relação ao uso da radiografia, revela um estudo publicado nesta quarta-feira no New England Journal of Medicine. Imagem: AFP Photo
AFP Photo

A detecção por scanner do câncer de pulmão permite reduzir em 20% os óbitos entre fumantes e ex-fumantes em relação ao uso da radiografia, revela um estudo publicado nesta quarta-feira no New England Journal of Medicine.

O estudo clínico, iniciado em 2002 nos Estados Unidos, examinou 53.454 homens e mulheres com entre 55 e 74 anos que fumaram ao menos 30 pacotes de cigarros ao ano.

O objetivo da investigação era comparar a diferença na taxa de mortalidade entre as pessoas submetidas várias vezes ao ano a scanners e a radiografias.

"Os resultados confirmam que a detecção por scanner pode reduzir o número de mortes provocadas por câncer de pulmão", que mata anualmente mais de 150 mil americanos, disse a doutora Denise Aberle, da Universidade da Califórnia.

O estudo aprofunda dados já publicados em novembro de 2010 e que mostravam a maior eficiência do scanner na detecção do câncer de pulmão.

"Esta pesquisa servirá de orientação para uma política de saúde pública sobre a detecção do câncer de pulmão nos próximos anos", destacou Aberle.

Os participantes do estudo foram escolhidos de forma aleatória para três exames anuais de prevenção do câncer de pulmão, metade por scanner e metade por radiografia.

O scanner permite obter imagens de várias "partes" do pulmão, enquanto o paciente segura a respiração por mais de sete segundos.

A radiografia exige apenas que o paciente segure a respiração durante poucos segundos, e revela uma única imagem, que não permite diferenciar todas as estruturas anatômicas pulmonares e detectar um tumor em fase inicial.

Da AFP Paris
Text e Imagem extraido do site > http://diariodepernambuco.com.br/nota.asp?materia=20110630091024 (( Endereço da Imagem) http://diariodepernambuco.com.br/layout/spacer.gif).

As novas perspectivas do transplante de pulmão

da preservação convencional à perfusão pulmonar ex vivo com recondicionamento pulmonar
New perspectives in lung transplantation: from conventional preservation to ex vivo lung perfusion and lung reconditioning
Autor(es): Paulo Francisco Guerreiro Cardoso



Desde o primeiro transplante realizado com sucesso em 1983 em Toronto, Canadá, a realidade clínica dos transplantes pulmonares deve-se a um esforço conjunto de pesquisadores, cirurgiões, pneumologistas e equipes multidisciplinares no intento de resolver os inúmeros problemas inerentes a esse tipo de transplante. Dentre os órgãos sólidos, o pulmão permanece sendo o de preservação mais difícil, e os resultados do transplante pulmonar a longo prazo ainda permanecem inferiores aos dos demais órgãos, com sobrevidas globais em um, cinco e dez anos em torno de 80%, 50% e 28%, respectivamente.(1) Não obstante, a prova irrefutável do sucesso do transplante de pulmão está nos 19.792 procedimentos, computados até 2008, ao longo dos últimos 25 anos desde a criação do Registro Internacional de Transplantes Pulmonares.(1) Embora as indicações mais frequentes permaneçam essencialmente as mesmas (enfisema, 36%; fibrose pulmonar idiopática, 20%; e fibrose cística, 16%), o crescimento exponencial do número de transplantes criou uma demanda crescente de doadores. A despeito do desenvolvimento de políticas de doação de órgãos mais eficazes e dos avanços nos cuidados nas UTIs, a escassez de doadores permanece em descompasso com a demanda gerada pela proliferação dos transplantes pulmonares, sendo o fator de maior impacto na restrição ao número de transplantes realizados até o momento. Em nosso meio, uma revisão recente da oferta de doadores para transplante pulmonar revelou que apenas 4,9% dos doadores foram aceitos, sendo que a taxa de utilização dos enxertos pulmonares não ultrapassou 4%.(2) Tal constatação é alarmante, pois essas cifras são inferiores às de centros de transplante em outros países. Ademais, essa situação provavelmente será a de mais difícil solução a curto prazo, uma vez que requer um esforço conjunto de órgãos governamentais, entidades de transplante e hospitais, além de educação da população, treinamento de equipes médicas, etc. A desproporção crescente entre o número de órgãos doados e o número de receptores potenciais em lista de espera gera uma realidade cruel, uma vez que a escassez de órgãos viáveis é um fator determinante de mortalidade dos receptores potenciais em lista de espera. Outro fator restritivo importante é a qualidade dos órgãos oferecidos. Paralelamente aos avanços da imunossupressão, a evolução da preservação pulmonar mudou as perspectivas do transplante, permitindo evoluir-se do pesadelo logístico da extração pulmonar do doador no próprio centro de transplante para a busca de órgãos à distância. As duas últimas décadas de pesquisas em preservação pulmonar forneceram valiosos recursos e ampliaram os períodos de “isquemia segura”. A criação de soluções específicas para a preservação do pulmão,(3) as novas técnicas de perfusão pulmonar, o controle da reperfusão, as estratégias e as alternativas de ventilação,(4,5) assim como a inclusão de aditivos e a utilização de captadores de radicais livres, prostanoides e terapia gênica, apenas para citar alguns, trouxeram a preservação pulmonar para a linha de frente como uma alternativa viável na ampliação das perspectivas de utilização de órgãos.

A utilização de “doadores marginais”, cuja denominação refere-se aos portadores de pulmões que não preenchem os parâmetros ideais para doação, constitui-se em uma fonte alternativa de órgãos. A despeito de um aumento da mortalidade precoce (30 dias) nos receptores de órgãos obtidos de doadores marginais, se comparada aos receptores de órgãos de doadores com pulmões considerados ideais (17,5% e 6,5%, respectivamente),(6) órgãos de doadores marginais continuam sendo utilizados em situações específicas.

A doação pulmonar post mortem — após a parada cardiocirculatória (PCC) — considerada um verdadeiro tabu desde os primórdios do transplante, passou literalmente de medida desesperada para realidade clínica. Extensamente investigada em laboratório, teve sua aplicação clínica pioneira na Suécia há 10 anos.(7) Em um estudo recente, comparou-se a sobrevida de transplantados utilizando pulmões captados de doadores após PCC com a daqueles utilizando pulmões de doadores em morte cerebral. A sobrevida em seis meses, em um ano e em dois anos foi de 84%, 78% e 69% no primeiro grupo, respectivamente, e de 94%, 94% e 87% no segundo grupo.(8) Steen et al. desenvolveram o conceito de “recondicionamento pulmonar”, no qual os pulmões extraídos são reaquecidos lentamente e submetidos a uma perfusão de baixo fluxo com uma solução desenvolvida pelo próprio autor. Essa perfusão de baixo fluxo com solução paucicelular hiperoncótica mostrou-se capaz de reverter o edema pulmonar e de melhorar as trocas gasosas ao mesmo tempo em que preserva os pulmões, permitindo assim que a equipe de transplante avalie a performance pulmonar do enxerto antes do implante. O autor realizou o primeiro transplante pulmonar a partir de pulmões inicialmente rejeitados, que foram recondicionados e transplantados 17 h mais tarde.(9) Sob a alcunha de “perfusão pulmonar ex vivo”, o sistema foi utilizado, com sucesso, em outros seis pacientes pelo mesmo grupo recentemente. As vantagens adicionais desse processo incluem: períodos mais extensos de isquemia, permitindo a realização de todos os testes de compatibilidade do enxerto com o receptor; realização dos transplantes em horários diurnos e programáveis; e aumento substancial da disponibilidade de órgãos para transplante. Utilizando o mesmo processo, o grupo de transplante pulmonar da Universidade de Toronto relatou que a perfusão ex vivo, em pulmões humanos e de porcos, é exequível por períodos de até 12 h consecutivas. Outro relato do mesmo grupo concluiu que a perfusão ex vivo prolongada do enxerto resultou em um desempenho pulmonar superior após o transplante se comparada à perfusão convencional com solução preservadora e armazenamento hipotérmico.(10) Partindo-se da premissa de que 80% dos órgãos doados são considerados inadequados para o transplante, uma parcela desse manancial de órgãos poderá ser recondicionada e transplantada.

Neste número do Jornal Brasileiro de Pneumologia, Pêgo-Fernandes et al.(11) inauguram a utilização pré-clinica da perfusão ex vivo em nosso meio utilizando pulmões rejeitados por critérios funcionais (gasometria e infecção) e captados para fins de pesquisa. Os resultados preliminares são simplesmente impressionantes, e repetem o que tem sido observado na literatura internacional. Há de se comemorar essa nova tecnologia, que vem de encontro à necessidade premente de um maior aproveitamento dos poucos doadores que dispomos para o transplante pulmonar, sobretudo em nosso meio, no qual o índice de aproveitamento de órgãos é baixo. Para todos nós, cirurgiões, clínicos e pesquisadores envolvidos com pesquisa clínica e experimental em transplantes, este talvez seja um momento único em que teremos todos juntos o privilégio de participar de um dos maiores avanços em preservação pulmonar desde a “fiel hipotermia”, proposta inicialmente por Wilfred Bigelow em Toronto há mais de meio século.

Dedico este parágrafo final aos cirurgiões torácicos e pneumologistas brasileiros que, presentes em grande parte das publicações internacionais em transplantes pulmonares desde seus primórdios, têm contribuído significativamente para os avanços nas pesquisas em preservação pulmonar.

Paulo Francisco Guerreiro Cardoso
Professor Associado, Departamento de Cirurgia, Disciplina de Cirurgia Torácica,
Universidade Federal de Ciências da Saúde e Cirurgião Torácico do Pavilhão Pereira Filho, Santa Casa de Porto Alegre, Porto Alegre (RS) Brasil



Referências

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10. Cypel M, Rubacha M, Yeung J, Hirayama S, Torbicki K, Madonik M, et al. Normothermic Ex Vivo Perfusion Prevents Lung Injury Compared to Extended Cold Preservation for Transplantation. Am J Transplant. 2009;9(10):2262-9. Epub 2009 Aug 6.

11. Pêgo-Fernandes PM, Medeiros IL, Mariani AW, Fernandes FG, Unterpertinger FV, Samano MN, et al. Ex vivo lung perfusion: initial Brazilian experience. J Bras Pneumol. 2009;35(11):1007-11.

Texto extraido do site > http://www.jornaldepneumologia.com.br/portugues/artigo_detalhes.asp?id=1498

Perfusão pulmonar ex vivo: experiência nacional inicial* ( Incor- SP )





Paulo Manuel Pêgo-FernandesI; Israel Lopes de MedeirosII; Alessandro Wasum MarianiIII; Flávio Guimarães FernandesIV; Fernando do Valle UnterpertingerIV; Marcos Naoyuki SamanoV; Eduardo de Campos WerebeV; Fábio Biscegli JateneVI

IProfessor Associado, Disciplina de Cirurgia Torácica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil
IIDoutorando. Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil
IIIMédico Estagiário. Grupo de Transplante Pulmonar do Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil
IVAcadêmico de Medicina. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil
VMédico Assistente. Disciplina de Cirurgia Torácica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil
VIProfessor Titular. Disciplina de Cirurgia Torácica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil

Endereço para correspondência





RESUMO

Nos últimos 20 anos, o transplante pulmonar tornou-se o tratamento padrão para algumas pneumopatias graves em estágio terminal. Menos de 20% dos pulmões doados para transplante são realmente utilizados. Essa desproporção entre o crescente número de candidatos ao transplante pulmonar e o reduzido número de doadores resulta em aumento da mortalidade nas filas de espera. Estratégias, como o uso de órgãos de doadores marginais, não se mostraram efetivas em aumentar o número de transplantes. Em 2000, na Suécia, foi desenvolvido um método novo para recondicionar pulmões humanos rejeitados para transplante. Descrevemos nossa experiência inicial com a perfusão pulmonar ex vivo.

Descritores: Transplante de pulmão; Preservação de órgãos; Soluções para preservação de órgãos; Cirurgia torácica.





Em 1983, foi realizado o primeiro transplante de pulmão bem sucedido pelo grupo de Toronto. Desde então, o aprimoramento das técnicas de preservação pulmonar, bem como a melhora no manejo pós-operatório (terapia intensiva, antibioticoterapia, imunossupressão) fizeram do transplante pulmonar um tratamento bem estabelecido para pacientes com pneumopatias em estágio terminal. Segundo dados do registro da International Society for Heart and Lung Transplantation, são realizados cerca de 2.000 transplantes anualmente em todo o mundo.(1) Com isso, o número de candidatos ao transplante cresceu muito nos últimos 10 anos, ao passo que o número de órgãos aceitos para o transplante é muito pequeno. Apenas 15-20% dos pulmões disponibilizados para transplante (doadores em morte encefálica) são realmente utilizados. Como consequência dessa desproporção, o tempo de espera para o transplante aumenta, assim como a mortalidade em lista. Alguns centros europeus relataram que até 50% dos pacientes morrem enquanto aguardam na lista de espera de transplante pulmonar.(2,3)

Dados nacionais mostram uma realidade ainda pior. No estado de São Paulo, em 2006, somente 4% dos pulmões doados para transplante foram usados. No mesmo período, a taxa de aproveitamento de fígado e rins foi superior a 90%, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.(4) Isso pode ser explicado, em parte, pela maior suscetibilidade dos pulmões aos efeitos deletérios da morte cerebral (instabilidade hemodinâmica, insuficiência endócrina, resposta inflamatória, hipotermia e arritmias) e às complicações da internação em UTI (intubação prolongada, pneumonia, barotrauma e infusão excessiva de cristaloides).

Nos últimos anos, várias estratégias foram propostas para tentar aumentar o número de pulmões transplantados, incluindo transplante intervivos, xenotransplante e doadores em parada cardiocirculatória. Essas estratégias, entretanto, ficaram limitadas a um pequeno número de pacientes devido a limitações técnicas e éticas, não tendo o impacto esperado sobre o número de transplantes.(5)

Outra tentativa empregada por alguns centros para aumentar o número de pulmões aproveitados foi a expansão dos critérios usados para a seleção dos chamados doadores ideais. Passou-se a usar um maior número de doadores marginais, isto é, doadores com mais de 55 anos, tabagistas (>20 anos-maço) e com infiltrado localizado na radiografia de tórax. Embora muitos estudos tenham mostrado uma sobrevida a curto prazo semelhante, o uso de pulmões marginais em receptores de alto risco, como aqueles com hipertensão pulmonar severa, está associado a uma maior mortalidade em trinta dias.(6) Dessa forma, essa estratégia também não reduziu de forma significativa o número de pacientes na lista de espera.

Ficou evidente a necessidade de um método que permitisse uma avaliação mais precisa dos pulmões doados e que, ao mesmo tempo, pudesse melhorar a qualidade desses órgãos. Um novo método para a avaliação pulmonar ex vivo foi desenvolvido e usado pela primeira vez em humanos, quando um pulmão de um doador com coração parado foi transplantado por Steen et al., na Suécia, em 2000.(7) A perfusão pulmonar ex vivo (PPEV) pode ser usada também para o recondicionamento de pulmões marginais e de pulmões rejeitados para o transplante, como foi demonstrado em um estudo experimental, através do aumento da PaO2 após a PPEV.(8) No início de 2009, o mesmo grupo publicou um relato de seis pacientes que receberam pulmões inicialmente rejeitados, após seu recondicionamento através da PPEV.(9)

A maioria dos pulmões que não são usados para transplante é rejeitada devido a resultados de gasometria ruins, isto é, PaO2 < 300 mmHg, com FiO2 de 100% e positive end-expiratory pressure (PEEP, pressão expiratória final positiva) de 5 cmH2O. A solução usada na PPEV, comercializada com o nome Steen Solution® (Vitrolife, Gotemburgo, Suécia), é uma solução de composição eletrolítica extracelular, que contém albumina e dextrana, tendo, portanto, alta pressão oncótica.(10) A dextrana, além de aumentar a pressão oncótica, tem efeito antitrombótico, pois reveste a superfície das células endoteliais e plaquetas. Esse revestimento tem efeito benéfico para a microcirculação pulmonar e preserva a barreira alveolocapilar, reduzindo o extravasamento de água e de proteína durante a perfusão.(11) É importante que a PPEV seja realizada sem a formação de edema; para isso, a temperatura é elevada gradualmente até a normotermia (37ºC), e o fluxo é controlado de forma que a pressão de artéria pulmonar (PAP) não ultrapasse 20 mmHg.(10) Manobras de recrutamento alveolar (ventilação manual, elevação da PEEP) podem ser realizadas para expandir áreas com atelectasias.

O sucesso da PPEV em recondicionar pulmões rejeitados, aumentando sua capacidade de oxigenação, deve-se à mobilização e à redução do edema alveolar e intersticial pela alta pressão oncótica da solução de perfusão, além da expansão de áreas previamente com atelectasias.(8,9)

O nosso protocolo de pesquisa foi iniciado em janeiro de 2009, após aprovação prévia na Comissão de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e ampla discussão com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HCFMUSP, OPO da Santa Casa de São Paulo e Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Quando um doador é notificado, as equipes de transplantes são avisadas. Se os pulmões são rejeitados para transplante (em geral por uma gasometria insatisfatória), o termo de consentimento da pesquisa é apresentado aos familiares. Se houver autorização, fazemos a captação dos pulmões de maneira habitual, juntamente com as outras equipes. Usamos como solução de preservação o Perfadex® (Vitrolife), infundido gelado (4ºC) através do tronco da artéria pulmonar (50 mL/kg), enquanto jogamos salina gelada (4ºC) sobre os pulmões para resfriamento tópico. Após a retirada, o bloco formado pelos dois pulmões é armazenado em uma caixa térmica e mantido na temperatura de 4ºC por 10 h.

Depois desse período, iniciamos a PPEV (Figura 1). O sistema é formado por uma caixa de contenção (Vitrolife), uma bomba centrífuga (Braile Biomédica, São José do Rio Preto, Brasil), um trocador de calor (Fisics Biofísica, São Paulo, Brasil), um oxigenador de membrana (Braile Biomédica) e um reservatório venoso. Inicialmente, introduzimos uma cânula na artéria pulmonar (Vitrolife), que já tem uma pequena sonda para a conexão no transdutor de pressão, de forma que a PAP seja continuamente monitorada. O retorno da solução pelas veias pulmonares flui diretamente para a caixa de contenção, sendo drenado para o reservatório venoso por gravidade. Ao contrário do relatado em um estudo,(12) não utilizamos a canulação do átrio esquerdo em sistema fechado, deixando a técnica mais simples e eliminando a necessidade da cânula especial para o átrio utilizada por esses autores. O sistema é preenchido com 1500 mL de Steen Solution®. Optamos pelo uso da solução acelular, uma vez que a obtenção de sangue humano para estudo não é simples. Além disso, conseguimos reduzir o volume necessário de perfusato com o uso de oxigenadores, reservatórios e tubos infantis (Braile Biomédica). O pH é ajustado entre 7,35 e 7,45 pela adição de trometamol (Addex-THAM®; Fresenius-Kabi AB, Uppsala, Suécia). O fluxo que usamos para a perfusão de ambos os pulmões é de 40% do débito cardíaco (DC) estimado. Esse valor é calculado pela seguinte fórmula: DC = 3 × área de superfície corpórea.





Iniciamos a PPEV com a solução na temperatura de 20ºC e um fluxo inicial de 10% do calculado. A temperatura é gradualmente elevada até 37ºC nos primeiros 30 min. O fluxo também sobe lentamente, atingindo 30% do calculado em 30 min, e alcançando o fluxo máximo (40% × DC) em 60 min. Se a PAP chegar em 20 mmHg antes que o fluxo máximo seja atingido, esse é mantido em um valor mais baixo. É imprescindível que a PAP seja mantida abaixo de 20 mmHg para minimizar a formação de edema. Quando a temperatura do perfusato atinge 32ºC, a ventilação é iniciada através de uma sonda orotraqueal nº 8 introduzida na traqueia. Nesse momento, é liberado um fluxo (aproximadamente 1 L/min) de gás (7% de CO2 e 93% de N2) no oxigenador de membrana que, na realidade, irá desoxigenar o perfusato proveniente das veias pulmonares, de forma que a solução que entra na artéria pulmonar tenha as concentrações gasosas do sangue venoso.

A ventilação mecânica é estabelecida com os seguintes parâmetros: volume corrente de 6 a 8 mL/kg, FR de 7 ciclos/min, PEEP de 5 cmH2O e FiO2 de 100%. Quando o fluxo de perfusão atinge o valor máximo calculado, amostras do perfusato são colhidas das veias pulmonares para a análise gasométrica.

Nos três casos realizados até o momento, observamos uma melhora significativa da PaO2 (Tabela 1). O segundo caso já tinha uma PaO2 satisfatória, sendo rejeitado devido à pneumonia extensa.

Estes três casos representam nossa experiência inicial, que foi animadora. Após treinamento adequado, não é difícil realizar a PPEV, e a diferença encontrada nos resultados das gasometrias aponta para uma melhora significativa na capacidade de troca gasosa dos órgãos avaliados. Prosseguiremos nossos estudos com PPEV no intuito de entender melhor qual é a sua ação no tecido pulmonar, por meio de estudos de anatomia patológica, visando sua aplicação clínica em breve.



Agradecimentos

Agradecemos à Vitrolife, à OPO-HCFMUSP, à OPO da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e à Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.



Referências

1. Trulock EP, Christie JD, Edwards LB, Boucek MM, Aurora P, Taylor DO, et al. Registry of the International Society for Heart and Lung Transplantation: twenty-fourth official adult lung and heart-lung transplantation report-2007. J Heart Lung Transplant. 2007;26(8):782-95. [ Links ]

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Endereço para correspondência:
Paulo Manuel Pêgo Fernandes
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E-mail: paulopego@incor.usp.br

Recebido para publicação em 15/6/2009.
Aprovado, após revisão, em 9/7/2009.
Apoio financeiro: Este estudo recebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e das empresas Farmoterápica e Braile Biomédica.

* Trabalho realizado no Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Laboratório de Investigação Médica 61, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - São Paulo (SP) Brasil.

Texto extraido do site > http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132009001100008