Embora os avanços em transplante de pulmão, ainda hoje muitos médicos desconhecem e, em muitos casos, até mesmo contra-indicam a cirurgia aos pacientes, alegando dificuldades no procedimento e no pós-operatório. “Acreditamos que isso ocorra pela falta de informação do clínico sobre as indicações do transplante, da possibilidade de realizá-lo e sobre o caminho que o paciente deve seguir para sua realização“, explica Jatene, diretor da equipe de sete médicos cirurgiões e clínicos e 15 especialistas multiprofissionais do transplante pulmonar do Incor.
O número reduzido de centros de referência em transplante de pulmão no país também é uma das dificuldades no atendimento. Segundo Dra. Marlova Caramori, pneumologista chefe da equipe, os números internacionais indicam potencial demanda de transplante pulmonar no Brasil de dois pacientes por milhão de habitantes, ou seja, aproximadamente 340 transplantes por ano. “Atualmente os números oscilam em torno de 30 transplantes realizados por ano no Brasil. Acreditamos que com a reestruturação de alguns serviços, possamos atingir 60 transplantes por ano a curto e médio prazos“.
Os pacientes submetidos a transplante são acompanhados continuamente pela equipe especializada do hospital. Invariavelmente, como todos os pacientes transplantados, apresentam intercorrências ao longo do tempo, que necessitam de exames, medicações e, muitas vezes, de internações acompanhadas ou não de procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos. “O transplante é um grande investimento em todos os sentidos e, no caso de doentes do pulmão em estágio avançado, uma ótima, e senão única, alternativa para a melhoria da qualidade de vida“.
INDICAÇÕES DE TRANSPLANTE DE PULMÃO
O paciente com indicação para transplante de pulmão tem doença pulmonar, com exceção de câncer, em estágio avançado e cujo tratamento não responde mais aos medicamentos. Sua expectativa de vida com a doença gira em torno de dois a três anos e sua idade máxima, no geral, não deve ultrapassar 65 anos. Além disso, ele deve ter condições de se locomover e morar próximo ao centro de referência para tratamento prolongado.
São contra-indicados para transplante de pulmão pacientes fumantes e que apresentam coronariopatia, cirrose, insuficiência renal, hepatite aguda; infecção extrapulmonar; HIV e câncer, entre outras doenças em estágio avançado.
CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS
A captação do pulmão de doadores para transplante é um processo bastante complexo. O pulmão é o primeiro órgão a se deteriorar no processo de morte encefálica. Nessa condição, geralmente o potencial doador necessita dde suporte respiratório que, muitas vezes, compromete a qualidade do órgão. Além disso, boa parte dos doadores com morte cerebral por acidente tem os pulmões comprometidos por trauma torácico, o que inviabiliza a doação. O pulmão é também um órgão sujeito à contaminação direta pelo ar, tanto no caso do doador quanto no do receptor. Todos esses fatores inviabilizam a captação de cerca de 80% dos pulmões doados.
Fonte: Midiacon
INDICAÇÕES PARA O TRANSPLANTE PULMONAR
Indicação Geral
O transplante pulmonar está indicado ao paciente portador de pneumopatia terminal, com seveRa limitação funcional, com expectativa de vida menor que 18 meses, sem alternativas terapêuticas, sem co-morbilidades, com menos de 65 anos de idade, com adequada condição psicosocial e familiar e boa motivação para viver.
Contra Indicaçõees
Absolutas
-Infecção extrapulmonar ativa.
-Disfunção de órgãos-alvo, especialmente rim e fígado, que serão agredidos pelas drogas imunossupressoras.
-Neoplasia tratada há menos de 3 anos.
-Infecção por HIV.
-Positividade para antígeno da hepatite B.
-Hepatite C com dano hepático comprovado anatomopatologicamente.
-Coronariopatia intratável com angioplastia ou disfunção ventricular esquerda.
-Tabagismo ativo.
-Ausência de adequada estrutura social e familiar de apoio.
Relativas
-Analfabetismo.
-Dependência de corticóide. A necessidade de doses maiores de 20mg/dia não é freqüente , pelo menos a partir do momento em que admite a falência do tratamento clinico e se cogita de transplante..
-Osteoporose sintomática ou assintomática podem se agravar com a manutenção da corticoterapia. Muitas vezes o retorno a uma atividade física pós-transplante escancara a péssima condição osteoarticular desses pacientes que eram assintomáticos enquanto sedentários. A desintometria deve fazer parte da avaliação o uso crônico de corticóides..
Ventilação mecânica: ainda que muitos casos tenham sido exitosamente - transplantados sob ventilação mecânica, o risco de infecção a partir de colonização com germes hospitalares, é sem dúvida, maior.
Colonização por germes resistentese fungos. O tratamento clinico com - esquemas múltiplos pode reduzir o risco de infecção no pós-operatório desses pacientes, mas alguns centros não aceitam transplantar pacientes colonizados por Aspergillus ou Pseudomonas cepace.
Fonte: Revista AMRIGS, Porto Alegre
Doenças que pode levar ao Tx Pulmonar
Asbestose
O asbesto é um composto por silicatos minerais fibrosos com diferentes composições químicas. Quando inaladas, as fibras de asbestos depositam –se profundamente nos pulmões, provocando formação de cicatrizes.
A inalação de asbestos também pode acarretar o espessamento de duas membranas que revestem os pulmões (pleura). Os indivíduos que trabalham com asbestos apresenta riscos de desenvolver uma doença pulmonar. Os operários do setor de demolição, que trabalham em edifícios que contem isolamentos que contem asbesto, também corre risco, embora menor. Quanto mais o indivíduo expõe às fibras de asbesto, maior é o risco de desenvolver a doença.
Sintomas:
Aparecem gradualmente, somente após ter havido a formação de muitas cicatrizes e os pulmões terem perdido a elasticidade. Os sintomas iniciais são uma dificuldade respiratória discreta e a diminuição da capacidade de realizar exercícios. Já os tabagistas inveterados podem apresentar tosse e sibilos.
O câncer de pulmão está relacionado em parte ao grau de exposição às fibras de asbesto. No entanto, indivíduos com asbestose, o câncer de pulmão ocorre quase exclusivamente nos que também são tabagistas, sobretudo naqueles que consomem mais de um maço de cigarros por dia.
Diagnóstico: O médico diagnostica por meio de radiografia, provas de função pulmonar e biópsia para identificar ou não presença de tumores cancerosos.
Prevenção e Tratamento: Pode ser evitada com a minimização da poeira e fibras de asbesto e o abandono do vicio de cigarros. A oxigenoterapia diminua a dificuldade respiratória, e a drenagem do liquido em torno do pulmão facilitam a respiração. Em determinadas ocasiões, o transplante pulmonar é bem sucedido no tratamento da asbestose.
Fonte: www.manualmerck.net
Deficiência de alfa-1 antitripsina
História natural da deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT)A principal complicação da deficiência de AAT e, portanto, a mais estudada é o desenvolvimento de enfisema pulmonar. Ao longo dos anos, a suspeita de deficiência de AAT, na maioria das vezes, foi feita a partir do diagnóstico de enfisema pulmonar, o que pode ter selecionado pacientes com evolução mais grave da doença. A partir de estudos genéticos realizados em familiares de pacientes inicialmente diagnosticados, pôde-se observar que alguns pacientes com deficiência de AAT, mesmo em suas formas mais graves (PiZZ e PiZ-nulo), têm melhor evolução, mostrando que outros fatores são importantes no desenvolvimento do enfisema.
Quando são acompanhados pacientes selecionados a partir do diagnóstico do enfisema, a doença se inicia entre a terceira e a quarta década de vida e, em geral, a média de vida fica em torno de 40 anos para os fumantes e ao redor de 65 anos para os não-fumantes. Além do tabagismo, os fatores que podem acelerar o desenvolvimento de enfisema nesses pacientes são exposição a outras substâncias nocivas, infecções de repetição e hiperresponsividade brônquica. A presença de outros fatores genéticos envolvidos também não pode ser afastada.
Conhecendo-se a história natural da deficiência de AAT, algumas medidas preventivas em relação ao desenvolvimento de enfisema podem ser implementadas:
• combate rigoroso ao tabagismo;
• vacinação contra influenza e pneumococo; tratamento precoce de infecções respiratórias;
• controle da hiperreatividade brônquica;
• retirada de outras exposições a agentes nocivos, como tabagismo passivo, outras fumaças e poeiras.
Em relação às demais complicações da deficiência de AAT, grandes destaque têm sido dado ao surgimento de cirrose hepática em indivíduos idosos que nunca fumaram. Tratamento não específicoOs pacientes que desenvolvem enfisema pulmonar devem receber o tratamento convencional dessa doença, que inclui:• tratamento medicamentoso:
• Reabilitação pulmonar.
• Oxigenoterapia domiciliar prolongada.
• Suporte ventilatório
• Tratamento cirúrgico: * cirurgia redutora de volume pulmonar – o enfisema por deficiência de AAT é uma situação em que os resultados da cirurgia redutora não são bons, portanto sua indicação deve ser individualizada criteriosamente; * transplante de pulmão.
Publicado por: Dra. Shirley de Campos
Doença Pulmonar Obstrutiva crônica
O que é?
A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade para a respiração. A maioria das pessoas com esta doença apresentam tanto as características da bronquite crônica quanto as do enfisema pulmonar. Nestes casos, chamamos a doença de DPOC. Quando usamos o termo DPOC de forma genérica, estamos nos referindo a todas as doenças pulmonares obstrutivas crônicas mais comuns: bronquite crônica, enfisema pulmonar, asma brônquica e bronquiectasias. No entanto, na maioria das vezes, ao falarmos em DPOC propriamente dito, nos referimos à bronquite crônica e ao enfisema pulmonar.
A bronquite crônica está presente quando uma pessoa tem tosse produtiva (com catarro) na maioria dos dias, por pelo menos três meses ao ano, em dois anos consecutivos. Mas outras causas para tosse crônica, como infecções respiratórias e tumores, têm que ser excluídas para que o diagnóstico de bronquite crônica seja firmado.
O enfisema pulmonar está presente quando muitos alvéolos nos pulmões estão destruídos e os restantes ficam com o seu funcionamento alterado. Os pulmões são compostos por incontáveis alvéolos, que são diminutos sacos de ar, onde entra o oxigênio e sai o gás carbônico.
Na DPOC há uma obstrução ao fluxo de ar, que ocorre, na maioria dos casos, devido ao tabagismo de longa data. Esta limitação no fluxo de ar não é completamente reversível e, geralmente, vai progredindo com o passar dos anos.
Como se desenvolve?
O DPOC se desenvolve após vários anos de tabagismo ou exposição à poeira (em torno de 30 anos), levando a danos em todas as vias respiratórias, incluindo os pulmões. Estes danos podem ser permanentes. O fumo contém irritantes que inflamam as vias respiratórias e causam alterações que podem levar à doença obstrutiva crônica.
O que se sente?
Os sintomas típicos de DPOC são: tosse, produção de catarro e encurtamento da respiração. Algumas pessoas desenvolvem uma limitação gradual aos exercícios, mas a tosse somente aparece eventualmente. Outras, costumam ter tosse com expectoração (catarro) durante o dia, principalmente pela manhã, e tem maior facilidade de contrair infecções respiratórias. Neste caso, a tosse piora, o escarro (catarro) torna-se esverdeado ou amarelado, e a falta de ar poderá piorar, surgindo, às vezes, chiado no peito. À medida que os anos passam e a pessoa segue fumando, a falta de ar vai evoluindo. Pode começar a aparecer com atividades mínimas, como se vestir ou se pentear, por exemplo. Algumas pessoas com DPOC grave poderão apresentar uma fraqueza no funcionamento do coração, com o aparecimento de inchaço nos pés e nas pernas.
Como o médico faz o diagnóstico?
O médico faz o diagnóstico baseado nas alterações identificadas no exame físico, aliado às alterações referidas pelo paciente e sua longa exposição ao fumo. O médico poderá, ainda, solicitar exames de imagem ou de função pulmonar, além de exames de sangue. Todos estes exames complementares irão corroborar o diagnóstico de DPOC. Os exames de imagem, como a radiografia ou a tomografia computadorizada do tórax mostrará alterações características da doença. A espirometria, que é um exame que demonstra como está a função pulmonar, usualmente demonstra a diminuição dos fluxos aéreos. Neste exame, a pessoa puxa o ar fundo e assopra num aparelho que medirá os fluxos e volumes pulmonares. Outro exame importante é a gasometria arterial, em que é retirado sangue de uma artéria do paciente e nele é medida a quantidade de oxigênio. Nas pessoas com DPOC, a oxigenação está freqüentemente diminuída.
Como se trata?
A primeira coisa a fazer é parar de fumar. Nas pessoas com muita dificuldade para abandonar o fumo, podem ser utilizadas medicações que diminuem os sintomas causados pela abstinência deste. Os broncodilatadores são medicamentos muito importantes no tratamento. O uso de oxigênio domiciliar também poderá ser necessário no tratamento da pessoa com DPOC, melhorando a qualidade e prolongando a vida do doente. Além disso, a reabilitação pulmonar através de orientações e exercícios também poderá ser indicada pelo médico com o intuito de diminuir os sintomas da doença, a incapacidade e as limitações do indivíduo, tornando o seu dia-a-dia mais fácil.
Devemos lembrar a importância da vacinação contra a gripe (anual) e pneumonia, que, geralmente, é feita uma única vez.
Como se previne?
Evitar o fumo é a única forma de prevenção da doença.
Fonte: www.abcdasaude.combr
Doença Pulmonar Obstrutiva crônica
Discinesia Ciliar
A discinesia ciliar prima´ria é uma doença hereditária caracterizada por anormalidades ultra-estruturais ciliares que comprometem a atividade ciliar normal,com conseqüências diretas, sobre o clearence mucociliar, predispondo a infecções respiratórias repetidas e resultando em doença obstrutiva crônica do trato respiratório. Sua prevalência é de 1/200.00, segue um padrão autossômico recessivo de transmissão, acomete ambos os sexos e não apresenta predileção por grupos raciais. Os cromossomos, 6, 7 e 19 parecem estar envolvido com a patogênese, porem é uma condição geneticamente heterogênea e, provavelmente, mais de uma mutação, por seu fenótipo.
Com a progressão da doença, surgem sintomas de infecção de trato respiratório inferior e desenvolvimento como bronquiectasia, hipocratismo digital e déficit de crescimento. A tríade clássica da sinusopatia, bronquiectasia e situs inversus está aproximadamente metade dos pacientes, construindo a síndrome de kartagener. No individuo adulto, pode apresentar-se tosse produtiva crônica, sinusopatia crônica e otite media de repetição. Infertilidade masculina pode ser queixa predominante na presença ou não de sintomas respiratórias, uma vez que o curso da doença é variável e alguns indivíduos podem atingir a vida adulta com poucos sintomas respiratórios. As alterações radiológicas são pouco especificas. A radiografia dos seios da face evidencia outras alterações importantes para a confirmação da doença bem como tomografia de alta resolução de tórax que tem especial valor na avaliação de bronquiectasia, demonstrando a localização características em lobos médios e lobos inferiores dos pulmões. Quanto ao tipo de bronquiectasia cilíndricas são encontradas em maior numero em relação às císticas e varicosas, porem não constituem um padrão característico da doença uma vez que também podem ser encontradas em outras desordens.
Diagnóstico: A partir da suspeita clinicas, alguns exames com valor presuntivo podem ser realizados, como o teste de sacarina.
Tratamento: O objetivo é o tratamento precoce das infecções de vias áreas superiores e ouvi médio e a prevenção do desenvolvimento de complicações como déficit auditivo e bronquiectasia. Imunizações, antibióticos fisioterapia tem grande importância ao bem estar do paciente. Em casos mais avançados, o tratamento pode ser mudado para um transplante pulmonar.
Fonte: www.abcdasaude.com.br
Doença Pulmonar Obstrutiva crônica
Enfisema Pulmonar
Caracteriza-se o Enfisema Pulmonar por dilatação permanente e anômala dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, com destruição e ruptura de suas paredes.
Complicações do enfisema pulmonar
Enfisemas pulmonares que cursem com ampla destruição do tecido levam à redução do leito capilar alveolar, à hipóxia severa e à insuficiência respiratória. Conseqüentemente ocorre: sobrecarga das câmaras cardíacas e insuficiência cardíaca direita (cor-pulmonale), policitemia, tendência ao desenvolvimento de tromboses.
Em qualquer tipo de enfisema podem desenvolver-se "bolhas" subpleurais que são espaços aéreos dilatados e amplos, com paredes muito delgadas e que contêm ar sob pressão. A rotura destas bolhas faz com que o ar escape ao espaço pleural desenvolvendo-se pneumotórax hipertensivo e atelectasia.
Tratamento: Deixar de fumar, antibioticoterapia, fisioterapia e possível transplante pulmonar.
Fonte www.hc.ufpr.br
Fibrose Cística
A Fibrose Cística, também conhecida como Mucoviscidose, é uma doença genética autossômica recessiva causada por um distúrbio nas secreções de algumas glândulas. Nos pacientes afetados, as glândulas exócrinas produzem uma secreção muito mais espessa do que nas crianças normais. Calcula-se que a viscosidade do muco respiratório seja de 30 a 60 vezes maior que em indivíduos normais, dificultando sua depuração através do batimento ciliar.
É uma situação grave, que afeta principalmente os pulmões e o aparelho digestivo, podendo afetar também outras glândulas secretoras do corpo, o que causa danos a órgãos como, pâncreas, fígado e ao reprodutor.
Nos pulmões, essas secreções obstruem a passagem do ar e retém bactérias, facilitando as infecções respiratórias.
No trato gastrointestinal, a falta de secreções adequadas compromete o processo digestivo.
Os pacientes geralmente apresentam uma mistura de sintomas respiratórios e gastrointestinais de graus variáveis, podendo uns predominar sobre os outros.
Sua incidência é variável de acordo com a população estudada, sendo razoável a incidência de um para 2500, com freqüência de um portador do gene em 40 pessoas na raça branca. A doença é pouco freqüente na raça negra um para 17 mil negros americanos e rara em orientais um para 90 mil. Apesar disso a fibrose cística ocorre em todas as raças.
Diagnóstico: Pode ser feito com um teste de dosagem de cloro no suor, pois os indivíduos afetados segregam quantidades excessivas de sal no suor. Também pode ser feito um exame genético com amostra de sangue.
Tratamento: o paciente deve tomar enzimas para facilitar a digestão e seguir uma dieta rica em calorias, vitaminas e sais minerais. Deve também realizar fisioterapia respiratória, e fazer tratamentos com antibióticos para prevenir complicações pulmonares.
Mesmo sem proporcionar a cura, o tratamento tem melhorado em muito o prognóstico da doença.
A terapia gênica para Fibrose Cística já está sendo testada e representa uma grande esperança para os pacientes afetados.
Além do exame de suor, a doença pode ser identificada através de exame de sangue, DNA e também através do exame do pezinho.
Apesar de inquestionáveis avanços no conhecimento da doença com a descoberta do gene, seu produto e função, muitas questões permanecem sem respostas e o tratamento específico ainda é perspectiva futura.
Atualmente existem evidências de que a maior sobrevida dos afetados por FC ocorre com os pacientes tratados em centros onde há atuação de equipe multiprofissional. Os objetivos da equipe são a manutenção adequada da nutrição e crescimento normal, prevenção e terapêutica agressiva das complicações pulmonares, estimular a atividade física e fornecer suporte psicosocial.
Fisioterapia obrigatória é parte integral no manejo de paciente com FC e o transplante pulmonar contribui para a qualidade de vida.
Fonte: www.manualmeck.net
Fibrose Pulmonar Idiopática
Muitas doenças podem provocar fibrose pulmonar, especialmente as alterações do sistema imunitário.
No entanto, apesar de as causas poderem ser muitas, em metade das pessoas com fibrose pulmonar estas não chegam a ser descobertas. Considera-se que estas pessoas estão afetadas de fibrose pulmonar idiopática (alveolite fibrosa, pneumonia intersticial). O termo idiopático significa de causa desconhecida.
Sintomas e Diagnóstcos: Os sintomas dependem do grau de deterioração pulmonar, da velocidade com que a doença evolui e do desenvolvimento das complicações, como as infecções e a insuficiência cardíaca. Os sintomas característicos começam de forma insidiosa, como a dispnéia durante um esforço e a diminuição da força. Os sintomas mais habituais são tosse, perda de apetite, perda de peso, cansaço, debilidade e dores ligeiras no peito. Nas etapas finais da doença, à medida que a concentração de oxigênio diminui, a pele pode tomar uma tonalidade azulada e as extremidades dos dedos engrossam ou adquirem a forma de baqueta de tambor. O esforço excessivo do coração pode levar à insuficiência cardíaca. Esta insuficiência cardíaca provocada por uma doença pulmonar subjacente chama-se cor pulmonale.A pneumonia intersticial descamativa, uma variante da fibrose pulmonar idiopática, tem os mesmos sintomas, embora o aspecto microscópico do tecido pulmonar seja distinto.A pneumonia intersticial linfóide, outra variante, afeta principalmente os lobos inferiores do pulmão. Cerca de um terço dos casos ocorre em indivíduos que sofrem da síndrome de Sjögren. A pneumonia intersticial linfóide pode desenvolver-se em crianças e em adultos que sofrem de SIDA. A pneumonia evolui de forma lenta, podendo provocar tanto a formação de quistos nos pulmões como o linfoma.
Tratamento: Se observar uma cicatrização pouco extensa na radiografia do tórax ou na biopsia do pulmão, o tratamento habitual consiste em corticosteróides, como a prednisona. O médico avalia a resposta do doente através de radiografias do tórax e provas de função respiratória. Os outros tratamentos são dirigidos para o alívio dos sintomas: terapia de oxigênio se o conteúdo do mesmo no sangue for baixo, antibióticos para a infecção e fármacos para a insuficiência cardíaca. Vários centros médicos estão a utilizar o transplante de pulmão em pessoas que sofrem de fibrose pulmonar idiopática grave.
Fonte: www.manualmerck.net
HAP (Hipertensão Arterial Pulmonar)
A HAP é uma síndrome caracterizada por um aumento progressivo na resistência vascular pulmonar levando à sobrecarga do ventrículo direito e finalmente a falência de ventrículo direito e morte prematura.
O aumento na resistência vascular pulmonar está relacionado com varias alterações progressivas nas arteríolas pulmonares, incluindo:
• vasoconstrição
• remodelamento obstrutivo da parede do vaso pulmonar através de proliferação nas varias camadas das paredes dos vasos sanguíneos (células musculares lisa e células endoteliais).
• Inflamação
• Trombose in situ.
Na maioria dos casos o sintoma inicial é a dispnéia (falta de ar) progressiva, inicialmente durante o exercício físico, evoluindo até condição de repouso. Outros sintomas incluem síncope ou quase síncope, fadiga e edema periférico.1 Aperto no peito e dor similar a angina podem ocorrer, particularmente durante o exercício físico.
Embora a HAP seja uma doença rara, com uma prevalência estimada de 30 a 50 casos por milhão, a prevalência da HAP em alguns grupos de risco é substancialmente maior.
A HAP idiopática é mais comum em mulheres jovens com uma média de idade ao diagnóstico de 36 anos. Contudo ela pode ocorrer em qualquer idade.
A HAP idiopática é duas vezes mais comum em mulheres que em homens.Embora a prevalência relativa real de HAPi, HAPf e HAPa sejam desconhecidas, é provável que a HAPI seja responsável por pelo menos 40% dos casos, e a HAPa pela maioria dos demais casos.
Devido à natureza não específica dos sintomas, a HAP é mais freqüentemente diagnosticada quando os pacientes atingem um estágio avançado da doença sugerindo que a prevalência real pode ser maior que a documentada na literatura.
Não há atualmente cura para a HAP, mas os avanços no entendimento de como a doença se desenvolve. Tratamentos disponíveis que têm ajudado a melhorar o prognóstico de pacientes com essa doença.
Tratamentos que são rotineiramente usados são:
• Anticoagulantes
• diuréticos
• terapia com oxigênio
• bloqueadores de canais de cálcio
Em casos muito graves, opções cirúrgicas podem ser consideradas:
• septostomia atrial com balão;
• transplante de coração e de pulmão
Fonte: www.hipertensaopulmonar.com.br
Histiocitose X
A histiocitose X é um conjunto de perturbações (doença de Letterer-Siwe, doença de Hand-Schüller-Christian, granuloma eosinófilo) em que proliferam macrófagos anormais (histiocitos) e outro tipo de células do sistema imunitário chamadas eosinófilos, especialmente no osso e no pulmão, provocando muitas vezes a formação de cicatrizes.
A doença de Letterer-Siwe começa antes dos 3 anos de idade e, sem um tratamento adequado, é geralmente mortal. Os histiocitos não só deterioram os pulmões, mas também a pele, os gânglios linfáticos, os ossos, o fígado e o baço. Pode produzir-se também o colapso pulmonar (pneumotórax).
A doença de Hand-Schüller-Christian começa geralmente na primeira infância, mas pode aparecer também em pessoas de meia idade. Os pulmões e os ossos são afetados com maior freqüência. Em casos excepcionais, a lesão da hipófise pode provocar por um lado a protrusão dos globos oculares (exoftalmos) e, por outro, a diabetes insípidas, um processo em que se produz grande quantidade de urina que chega a provocar desidratação.
O granuloma eosinófilo tende a manifestar-se entre os 20 e os 40 anos. Geralmente, afeta os ossos, mas em 20 % dos casos afeta também os pulmões, que, por vezes, são os únicos afetados. Quando afeta os pulmões, pode surgir tosse, falta de ar, febre e perda de peso; no entanto, algumas pessoas não têm sintomas. Uma complicação freqüente é o colapso pulmonar (pneumotórax). Em alguns casos há indicação de transplante pulmonar.
A recuperação pode ser espontânea em indivíduos com a doença de Hand-Schüller-Christian ou com o granuloma eosinófilo. O tratamento para as três doenças baseia-se em corticosteróides e fármacos citotóxicos como a ciclofosfamida, embora nenhuma terapia seja claramente eficaz. Para a complicação óssea o tratamento é semelhante ao dos tumores ósseos.
www.manualmerck.ne
Linfangioleiomiomatose (LAM)
Linfangioleiomiomatose (LAM) é uma doença rara que foi descrita pela primeira vez na literatura médica em 1937 pelo Dr. Von Stossel. Essa doença caracteriza-se por um tipo não usual de célula muscular que invade o tecido dos pulmões. Com o tempo, essas células musculares causam a obstrução dos pulmões. Apesar dessas células não serem consideradas cancerígenas, elas crescem sem controle dentro dos pulmões, que com o tempo, impedem os pulmões de prover oxigênio para o resto do corpo.
A LAM, geralmente, afeta somente mulheres entre a puberdade e a menopausa. Foram reportados alguns casos em mulheres mais velhas. Não é preciso o número de portadoras dessa doença, mas, calcula-se que seja em torno de 500 mulheres no país.
A LAM é geralmente progressiva, levando a uma crescente falência das funções pulmonares. A progressão da doença pode variar muito de paciente para paciente. Conforme a doença avança, pode haver um maior crescimento de células musculares nos pulmões, repetidos vazamentos de líquidos na cavidade do tórax e pneumotórax de repetição. Com o aumento do número de cistos, o pulmão fica com a aparência de uma colméia.
Diagnóstico: O diagnóstico da LAM pode ser difícil porque os primeiros sintomas são muito parecidos com os sintomas de outras doenças pulmonares, como asma, bronquite e enfisema. Geralmente, a portadora da LAM procura ajuda médica quando sente falta de ar ou dor no tórax e/ou nas costas.
O diagnóstico mais preciso é feito através de tomografia computadorizada do tórax e de biópsia do tecido pulmonar. Muitas mulheres ainda são diagnosticadas erroneamente porque muitos médicos, mesmo pneumologistas, não conhecem a doença. É importante obter o diagnóstico correto da doença o quanto antes para não se correr o perigo de um tratamento inadequado.
Quais são os principais sintomas?
O sintoma mais comum da Linfangioleiomiomatose é falta de ar (dispnéia) com atividade física. No estágio inicial da doença, a pessoa com LAM provavelmente sinta uma diminuição no fôlego somente quando pratica exercícios físicos puxados. Mas, conforme a doença progride, sente-se falta de ar até mesmo quando está descansado.
Outro sintoma muito comum é dor no peito ou nas costas. Fatiga, cansaço e tosses também são sintomas muito freqüentes.
Ocasionalmente, pacientes com LAM tossem para fora pequenas quantidades de sangue.
Quais são os tratamentos?
Pelo fato da linfangioleiomiomatose atingir quase exclusivamente mulheres, os cientistas acreditam que o hormônio estrogênio esteja envolvido no crescimento anormal da célula muscular que caracteriza a doença. Apesar de não haver nenhuma evidência científica direta da relação entre o estrogênio e a LAM, o tratamento tem se baseado na redução da produção ou efeitos do estrogênio. A resposta do tratamento tem sido muito individual e nenhuma terapia tem se mostrado totalmente eficaz.
Terapias de reposição de oxigênio podem se tornar necessárias se a doença tiver uma piora contínua e as funções pulmonares forem prejudicadas. O transplante de pulmão é considerado a última opção.
Fonte: www.alambra.com.br
Silicose
A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de pó de sílica (quartzo).
A silicose, a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a areia, sendo por isso freqüente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros.
Os sintomas aparecem, geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e no fabrico de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de 10 anos Quando se inala, o pó de sílica entra nos pulmões e as células depuradoras, como os macrófagos, engolem-no. Os enzimas libertados pelas células depuradoras causam a formação de tecido cicatricial nos pulmões. No princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples), mas, finalmente, reúne-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas cicatrizadas não permitem a passagem do oxigênio para o sangue de forma normal. Assim os pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.
Sintomas e diagnóstico
Os indivíduos com silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e expectoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado bronquite. A silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expectoração e dispnéia. No princípio, a dispnéia verifica-se só durante os momentos de atividade, mas por fim manifesta-se também durante o repouso.
A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Além disso, os indivíduos com silicose expostos ao microrganismo causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) são três vezes mais propensos a desenvolver a tuberculose do que aqueles que não estão afetados pela silicose.
A silicose diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão típico de cicatrizes e nódulos.
Tratamento
A silicose é incurável. No entanto, pode deter-se a evolução da doença, interrompendo a exposição à sílica desde os primeiros sintomas. Uma pessoa com dificuldade em respirar pode sentir alívio com o tratamento utilizado para a doença pulmonar crônica obstrutiva, como são os medicamentos que dilatam os brônquios e expelem as secreções das vias aéreas. Dado que os indivíduos que sofrem de silicose têm um alto risco de contrair tuberculose, devem submeter-se periodicamente a revisões médicas que incluam a prova cutânea para a tuberculose. Também tem indicação ao transplante pulmonar.
www.manualmerck.net
Talcose
O esteatito, também conhecido como talco ou pedra-sabão, é uma rocha metamórfica compacta, plástica, de baixa dureza e fina granulação, untuosa ao tato e facilmente riscada pela unha. Seu principal componente é o talco, im filossilicoto de magnésio hidratado, podendo ocorrer também clorita, serpentina, magnesita, antigorita, enstatita e ocasionalmente, quartzo, magnetita ou pirita.O talco possui vários usos industriais, sendo empregado principalmente no uso na industria de cerâmicas.
A exposição ocupacional cumulativa à poeira de talco pode levar ao desenvolvimento da talcose, peneumoconiose decorrente da inalação e conseqüente deposição de partículas respiráveis de talco nos alvéolos pulmonares. A doença, caracterizada pela fibrose pulmonar progressiva, irreversível sem possibilidade de tratamento eficaz, pode manifestar-se vários anos após o inicio da exposição mesmo depois de cessada a exposição.
SINTOMAS: O sintoma mais freqüente é a dispnéia, que é um sintoma prevalente aos trabalhadores em exposição ocupacional as poeiras. A peneumoconiose, costuma manifestar-se em indivíduos expostos a poeira contendo fibras de asbestos, sobretudo aqueles com peneumoconiose estabelecida. Também ocorre tosse e expectoração em alguns casos.
Tratamento: Entretanto, do ponto de vista da abordagem individual, a definição precisa do tipo de peneumoconiose somente será possível pela realização de biopsia pulmonar, considerada “padrão ouro” para o diagnóstico da peneumoconiose, pois se trata de uma doença de difícil diagnóstico. A gravidade do problema e suas repercussões sobre a saúde e a qualidade de vida dos artesãos em pedra-sabão, muitos deles ainda crianças, exigem a adoção imediata de medidas de proteção e de atenção à saúde desses trabalhadores.
E por ser uma doença de caráter irreversível, poderá ter como tratamento o transplante pulmonar.
Fonte: www.scielo.org.br
Berliose
A beriliose é uma inflamação pulmonar causada pela inalação de poeira ou gases que contêm berílio. No passado, o berílio era comumente extraído para ser utilizado nas indústrias eletrônicas e químicas e na fabricação de lâmpadas fluorescentes. Atualmente, ele é utilizado principalmente na indústria aeroespacial. Além dos trabalhadores dessas indústrias, alguns indivíduos que habitam regiões próximas a refinarias de berílio também apresentam beriliose.
A beriliose difere das outras doenças pulmonares, pois os problemas pulmonares parecem ocorrer apenas em indivíduos sensíveis ao berílio – cerca de 2% daqueles que entram em contato com a substância. A doença pode afetar até mesmo indivíduos cuja exposição tenha sido relativamente curta, e os sintomas podem demorar de dez a vinte anos para se manifestarem.
Sintomas e Diagnóstico: Em alguns indivíduos, a beriliose ocorre subitamente (beriliose aguda), principalmente sob a forma de uma inflamação pulmonar (pneumonite). Os indivíduos com beriliose aguda apresentam um quadro caracterizado por tosse, dificuldade respiratória e perda de peso. A beriliose aguda também pode afetar a pele e os olhos. Outros indivíduos apresentam beriliose crônica, na qual ocorre a formação de um tecido anormal nos pulmões e o aumento de linfonodos.
Nesses indivíduos, a tosse, a dificuldade respiratória e a perda de peso ocorrem de forma gradual. O diagnóstico é baseado no antecedente do indivíduo de exposição ao berílio, nos sintomas e nas alterações características reveladas pela radiografia torácica. No entanto, como as radiografias da beriliose assemelham-se às de uma outra doença pulmonar, a sarcoidose, pode ser necessária à realização de testes imunológicos adicionais.
Prognóstico e Tratamento: A beriliose aguda pode ser grave, ou mesmo fatal. Entretanto, a maioria dos indivíduos recupera-se, apesar de, no início, eles apresentarem-se gravemente doentes. Os pulmões perdem a elasticidade e a função pulmonar é ruim. Com um tratamento adequado, como a instituição de ventilação assistida e o uso de corticosteróides, os indivíduos geralmente recuperam-se em sete ou dez dias, não apresentando efeitos residuais. No entanto, se os pulmões apresentarem um dano muito importante decorrente da beriliose crônica, o coração pode ser sobrecarregado e, conseqüentemente, pode ocorrer insuficiência cardíaca. Algumas vezes, corticosteróides, como a prednisona oral, são prescritos no tratamento da beriliose crônica, apesar de, na maioria das vezes, eles não serem muito úteis.
Bronquictasia
É o alargamento ou distorção dos brônquios. Os brônquios são tubos por onde o ar entra e sai dos pulmões. Dentro de cada pulmão, eles vão se ramificando como galhos de árvore, formando a árvore brônquica.
Na árvore brônquica normal, à medida que se dirigem à periferia dos pulmões, eles vão se dividindo e afilando. Quando não ocorre esta diminuição de calibre ou, ao contrário, o calibre aumenta, dizemos que existe bronquiectasia.
Esta distorção irreversível dos brônquios decorre da destruição do componente elástico que compõe a parede destes.
A bronquiectasia, antes da existência dos antibióticos, foi uma doença bastante comum. Com o surgimento dos antibióticos e das campanhas de vacinação (contra o sarampo, coqueluche e tuberculose), ela tornou-se menos comum em virtude do melhor tratamento e prevenção das infecções respiratórias, respectivamente.
Como se desenvolve?
A bronquiectasia pode ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. Para a bronquiectasia surgir, há necessidade da presença de dois elementos: a agressão por uma infecção e a deficiência na resolução (“limpeza”) das secreções brônquicas. Portanto, quanto mais agressivo o germe causador da infecção e quanto pior os mecanismos e as condições de defesa dos pulmões e do organismo como um todo, maiores as chances de desenvolvimento da doença.
O que se sente?
O portador típico de bronquiectasia é aquele indivíduo que tem tosse com expectoração (escarro) persistente e em grande quantidade, principalmente, pela manhã.
Todavia, as manifestações da doença podem ser frustras ou a pessoa pode até não ter nenhum sinal ou sintoma.
Existe também um tipo de bronquiectasia – bronquiectasia seca – na qual não há aquela expectoração abundante e persistente de muco (catarro) como na maioria dos casos. Ela se manifesta como episódios de hemoptise (sangramento ao tossir), e usualmente decorre de lesões cicatrizadas de tuberculose.
Como o médico faz o diagnóstico?
Com as alterações que o doente apresenta, o médico poderá suspeitar do diagnóstico de bronquiectasia. No entanto, a confirmação da doença virá através dos exames de imagem–radiografia, tomografia computadorizada.
Para se buscar possíveis fatores predisponentes para a doença, faz-se necessário a realização de outros exames.
A radiografia do tórax pode ser normal nos indivíduos acometidos pela doença.
Como se trata?
A cirurgia como tratamento deve ser realizado nos casos em que a doença é localizada (quando acomete só uma parte do pulmão) e não há melhora dos sintomas com o tratamento conservador
. Além dos antibióticos, fisioterapia respiratória é muito importante para o tratamento.
Nos pacientes com bronquiectasias difusas, com grave prejuízo na qualidade de vida, o transplante pulmonar poderá ser realizado.
Bronquiolite Obliterante
O que é
A bronquiolite obliterante é uma doença respiratória comum, aguda, geralmente grave. Normalmente, acomete crianças com menos de 2 anos de idade. É causado por um tipo de vírus, o chamado vírus sincicial respiratório, mas ocasionalmente por outros tipos de vírus. Pode estar associada a algumas condições como: inalação de fumaça tóxica, infecção pulmonar, transplante de órgãos (coração e pulmão).A doença também pode ocorrer em associação com a artrite reumatóide.
Sintomas e Sinais
Tosse com catarro e falta de ar são os sintomas mais comuns. Pode haver crises de falta de ar e chiado semelhantes às crises de asma.
Diagnóstico
O diagnóstico é geralmente difícil, baseado em achados clínicos. A radiografia de tórax é inespecífica, à semelhança da pneumonia. Provas de função pulmonar auxiliando diagnóstico.Em alguns casos é necessária a biópsia do pulmão (remoção cirúrgica de um pequeno fragmento do pulmão para a análise ao microscópio).
Tratamento
Baseado fundamentalmente no uso de corticóides (antiinflamatórios potentes) por via intravenosa, fisioterapias e futuro transplante pulmonar.
IMPORTANTE: É de extrema importância a avaliação médica, o tratamento de cada doença em sua individualidade bem como as definições de um possível transplante pulmonar unilateral ou bilateral, que somente será decido por uma equipe multidisciplinar de alta qualidade. Consulte sempre um médico.
Doar é um ato de amor; Precisamos de seu mais nobre gesto! Seja um Doador.
Eterna Gratidão á todas as familias movidas pelo amor / Campanha Pró- Transplante "RESPIRAR-IRESC"
AGRADECIMENTO AOS FAMILIARES DOS DOADORES DE ÓRGÃOS
Este é um simples agradecimento diante da grandiosidade do ato da doação, por que na verdade nos sobram muitas palavras para expressar tamanha gratidão.
Agradecemos a cada familiar pelo SIM à doação de órgãos que não somente salva a vida de alguém, mas que também muda o quadro de uma família inteira que vive a angústia da espera e a expectativa da mudança, quando essa mesma família doadora vive a angústia da perda.
Quando este misto de alegria e tristeza, perdas e ganhos, lamentações e orgulho, sofrimento e liberdade vem à tona, os elos contrários que unem as duas famílias desconhecidas se entrelaçam para um objetivo comum SALVAR VIDAS.
Diante desse elo de amor, a balança da vida mostra há essas duas famílias unidas por destinos diferentes e complementares lições valiosas: que a perda às vezes não significa perda; significa ganho. E que espera não significa dor; significa alegria.
Obrigada você família, pela consciência e amor, puro e genuíno para com o próximo. E acreditamos que a cada dia, muitas famílias terão consciência do ato de doar e salvar vidas. E estas continuarão sendo como as ostras, que no momento que são feridas produzem a PÉROLA!
ETERNA GRATIDÃO A TODAS AS FAMÍLIAS MOVIDAS PELO AMOR
/ Texto extraido do site:http://transplantepulmonar.com/agradecimento.html
quinta-feira, 17 de março de 2011
TRANSPLANTE DE PULMÃO É VIÁVEL
ESPANHA, RECORDISTA EM TRANSPLANTES
Espanha é recordista de transplantes.
Santa Catarina já segue exemplo espanhol.
Sabia que você pode dar 56 anos de vida de presente para os outros? O milagre da multiplicação da vida é perfeitamente possível graças a um procedimento médico que pode dar excelentes resultados. Com a palavra, o doutor Drauzio Varella!
Você acha que se, no país, nós tivéssemos um sistema melhor de captação de órgãos nós conseguiríamos acabar com as filas de transplantes?
“Eu tenho convicção de que acabar não, porque sempre surgem novos casos de pacientes que precisam, mas estabilizar, sim”, afirma o médico intensivista Joel Andrade, coordenador da Central de Transplantes de Santa Catarina.
Em apenas quatro anos, Santa Catarina conseguiu transformar completamente a realidade da fila de transplantes no estado: de sete doadores efetivos para cada milhão de habitantes, passou para 16. Doador efetivo é aquele cujos órgãos serão realmente transplantados.
“Ele é o doador em que, pelo menos, um dos órgãos é retirado e implantado”, explica Joel Andrade.
Como é que você explica esse salto no número de doações?
“O salto se deve a vários fatores, mas basicamente a organizar melhor o sistema, baseado na figura central do processo de transplantes, o coordenador hospitalar. O aumento dessas doações resultou em maior segurança para quem? Justamente para quem precisa de um transplante”, avalia o médico.
Santa Catarina já segue exemplo espanhol.
Sabia que você pode dar 56 anos de vida de presente para os outros? O milagre da multiplicação da vida é perfeitamente possível graças a um procedimento médico que pode dar excelentes resultados. Com a palavra, o doutor Drauzio Varella!
Você acha que se, no país, nós tivéssemos um sistema melhor de captação de órgãos nós conseguiríamos acabar com as filas de transplantes?
“Eu tenho convicção de que acabar não, porque sempre surgem novos casos de pacientes que precisam, mas estabilizar, sim”, afirma o médico intensivista Joel Andrade, coordenador da Central de Transplantes de Santa Catarina.
Em apenas quatro anos, Santa Catarina conseguiu transformar completamente a realidade da fila de transplantes no estado: de sete doadores efetivos para cada milhão de habitantes, passou para 16. Doador efetivo é aquele cujos órgãos serão realmente transplantados.
“Ele é o doador em que, pelo menos, um dos órgãos é retirado e implantado”, explica Joel Andrade.
Como é que você explica esse salto no número de doações?
“O salto se deve a vários fatores, mas basicamente a organizar melhor o sistema, baseado na figura central do processo de transplantes, o coordenador hospitalar. O aumento dessas doações resultou em maior segurança para quem? Justamente para quem precisa de um transplante”, avalia o médico.
ALEGRIA E GRATIDÃO DE KELLY
‘A sensação é de pura leveza, um momento mágico’
Ontem pra mim foi um dia especial. Momento que eu pude reviver toda emoção, medo, angustia e claro também a felicidade da noticia de uma possível doadora. Ah!! Como foi bom ouvir essa notícia. Muitos pensamentos pairaram sobre mim. Como reagiria minha família? Como seria a cirurgia? Bom… O momento chegou!! Desci ao Centro Cirúrgico mais calma, sorrindo e conversando. Depois de um longo sono, abro os olhos e tenha a mais bela sensação da minha vida: PURA LEVEZA. Momento mágico… Momento único… Só tenho à dizer que sou extremamente FELIZ!
Aqui estão meus eternos agradecimentos:
- A Deus, que mesmo eu achando que estava num momento incerto, tinha comigo sempre o AMIGO CERTO cuidando de mim.
- A minha família, que esteve comigo nas horas de alegria, luta, sofrimento e toda torcida… AMO VOCES…e não tenho palavras pra mensurar tamanho sentimento.
- Aos meus poucos e verdadeiros amigos, que estiveram ao meu lado, torcendo, me fazendo feliz, convivendo comigo, chorando e sorrindo… Essa nova safra me fez ver o quão é importante uma palavra, uma abraço,
- A minha doadora que certamente tinha amor grande ao próximo e que pode expressar isso em vida, deixando uma missão aos seus familiares em ajudar alguém desconhecido mesmo não estando mais aqui. Oro por você todos os dias para que você esteja nos braços confortáveis de Jesus.
- À família da minha doadora que num momento de extrema dor, pode dispensar um amor imenso ao desconhecido. Muito obrigado a vocês pelo amor à vida.
- À Equipe de Clínica e Cirúrgica do Tx Pulmonar InCor-SP – meus anjos vestidos de homens que dedica suas vidas em prol das nossas vidas: A VOCES TODA MINHA ADMIRAÇÃO, GRATIDÃO E TODOS OS AOS QUE EXISTEM. Ficaria horas descrevendo tantos adjetivos.
- Ao Corpo de Enfermagem (REC E ANDAR), que nos trata com humanidade, carinho dedicação.
- Aos porteiros, limpeza, copeiras, voluntárias, muito obrigada pelo serviço e amizade dispensada.
SÓ TENHO AGRADECER….SÓ AGRADECER MESMOOO…..PESSOAS SÃO MARAVILHOSAS….AMO LIDAR COM ELAS!
E gostaria de dizer a todos que hoje estão na fila para um transplante, que não deixem de lutar jamais. Temos alma e sentimentos nobres, faça isso valer em qualquer lugar. Não deixem de viver nada…vivam tudo que puder independente da situação.Sorriam sempre!!! Seja Felizzz!!!
Quero dizer ao Brasil e quem sabe ao mundo: EU SOU FELIZ!!! RESPIRAR É MARAVILHOSO!!! A VIDA É BELA!!! O TX É MARAVILHOSO…E EU SOU FELIZZZZZZ…..MUITO FELIZZZZZZ!!!!
Lutem… A guerra nunca está perdida porque temos Deus lutando por nós. Deus atua em nós conforme nossas expectativas. À medida que acreditamos a luz se amplia. Do fundo do meu coração, espero que essa luz esteja neste momento invadindo seu coração.
Um beijo no coração de todos……
Kelly Fernandes…..Keka
Á HISTÓRIA DE KELLY. PÓS TRANSPLANTE
Kelly, aguardando doador (Orgão = Pulmão )no Hospital de Clinicas (Incor-SP )
Kelly, pós transplante
Me chamo Kelly Fernandes da Cunha, tenho 29 anos e sou transplantada do pulmão e sou assistente de uma advogada. Nasci com uma doença chamada DISCINESIA CILIAR que consiste no NÃO funcionamento dos cílios do pulmão que tem a finalidade de limpar a secreção acumulada. Secundária desta doença veio a BRONQUIECTASIA que consiste no atrofiamento dos brônquios e junto ao acúmulo de secreção gera infecções. Comecei com os sintomas de falta de ar aos 2 anos de idade. Desde então fazia acompanhamento com médicos, mas tudo era tratado como uma simples bronquite. Aos 6 anos houve uma piora e assim ia mudando de médicos para outras opiniões e nada era descoberto. Cheguei aos 14 anos e logo comecei a trabalhar, pois precisava pagar meu convenio medico e muito gato com medicamentos e minha mãe não podia me dar todo o suporte necessário, por isso fui trabalhar. Comecei a ir num especialista pelo convenio que descobriu a Bronquiectasia e me disse que eu teria que aprender a conviver com isso. Claro que não aceitei tal argumento e inicie o tratamento. Fiz um tratamento com vacinas por 4 anos e nada de resultados. Por fim procurei outra opinião medica. Nessa nova tentativa outra decepção, o médico queria tirar um dos meus pulmões pra que eu tivesse mais um tempo de vida. Achei o maior absurdo e fui procurar outra opinião. Neste novo especialista tive esperanças, pois surtia efeito o inicio do tratamento, mas as coisas foram se agravando e passado mais 2 anos estava eu numa enorme piora com 22 anos de idade. Daí em diante foram muitas infecções e internações. Em certa internação aos 24 anos o medico que cuidava de mim me disse: Kelly eu não tenho mais antibióticos pra te dar, você já tomou a lista deles pra matar essa bactéria. Eu respondi: Ah Drº! Se não tiver mais nada, matam elas a paulada e sorri. Ele também sorriu e me disse: Vou te indicar um medico amigo meu, tenho certeza que ele te ajudará. Eu disse: Drº é o ultimo médico que eu procuro eu estou cansada! Nessa época já tinha deixado tudo de lado: trabalho, vida social, relacionamento, tudo!! Larguei tudo na vida pra cuidar somente da minha saúde.
Fui passar com esse medico muito carinhoso, atencioso gostaria muito de mencioná-lo Drº Adriano César Guazelli, que prontamente me atendeu e fez um estudo dos meus exames desde criança e logo depois me veio com a noticia que talvez fosse precisar de um transplante. Na hora nem me dei conta do que era isso. Nunca nem tinha ouvido falar em transplante pulmonar. Ele me disse que eu tinha sim BRONQUIECTASIA num estagio avançado, mas que ele tinha certeza que eu tivesse outra doença de base e teve a humildade de dizer que ele não tinha recursos pra diagnosticar tal doença mas que me encaminharia ao HC-SP onde lá sim descobririam e me tratariam com todo suporte necessário.
Mais que prontamente fui encaminhada ao HC-SP e numa junta medica, conversando sobre todo o meu histórico de doença diagnosticaram meu problema. Inicie lá um tratamento medicamentoso sem sucesso já pela gravidade do meu caso. Nessa época eu já usava oxigênio 24horas por dia, sem tirar pra nada. Numa nova consulta, me disseram do grupo de TX de Pulmão que seria minha única chance. O Drº me disse assim: Seu caso é só o transplante, demoraram muito a cuidar de você. E então quer pensar no transplante? Eu disse: Não! Não quero pensar. Quero o transplante agora com todas minhas forças.
Quero agora meu encaminhamento. Sai do HC e fui direto ao Hospital InCor fazer a parte burocrática. Comecei no inicio de 2006 a bateria de exames e em Julho de 2006 fui aceita na fila de transplantes. Foi inicio da alegria e angustia. Alegria em saber da chance de nascer de novo e angustia da espera. Fiquei por 2 anos na fila do transplante e nesses dois anos tive 4 internações e uma delas uma UTI onde fiquei entre a vida e a morte. Tinha somente 17% da capacidade pulmonar e estava numa seria infecção. Fui levada pra UTI num Hosp. Em Diadema, onde na ambulância não tinha oxigênio. Fiquei sem oxigênio por 17 minutos e isso tudo me agravou. Recordo-me que quando dei entrada nessa UTI eu disse assim a enfermeira: estou com medo! Ela disse: tá tudo bem Kelly, fica calma. Eu disse: eu não to bem Beth, mas eu volto! E logo depois tive uma parada cardíaca. Fiquei 14 dias entubada e a medica daquela UTI já me desenganava. Dizia nas visitas aos meus familiares que eu não sairia do tubo, que ela tentava e eu não reagia. A resposta da minha mãe era: Drª tente mais uma vez, Jesus tem cuidado dela. Você vai conseguir. E na outra visita tudo se repetia . Até que no 8ª dia de tubo , ela conseguiu tirar e eu respirei por 15 minutos, mas logo tiveram de colocar novamente. Minha mãe ficou muito feliz, pois somos uma família de muita fé e perseverança. Eu mesmo dentro de mim sabia que eu sairia dali vitoriosa. Não sei explicar, mas algo ardia dentro de mim na esperança de logo estar acordada de novo. E foi assim ao longo dos dias, ate que no 14ª dia , a Drª retirou o tubo e eu voltei a respirar. Ela ficou impressionada pelo estado da gravidade em que eu me encontrava. Na visita daquele dia ela chegou sorrindo, feliz com parte da recuperação e disse a minha mãe: O que sua filha tem que é tão forte? Uma vontade de viver que impressiona. Minha mãe respondeu: Nós temos a luz de Jesus, não disse a você que ele tem cuidado de nós?
Fiquei 30 dias nessa UTI, em dezembro de 2007. Passei Natal e no Ano Novo fui pra casa. Lembro-me nesse dia que eu chorei muito. Estava calor, eu ainda estava confusa da sedação e dos dias de entubação e sempre repetia: Ai quando vai chegar? Eu chorava. Esse era meu momento de fraqueza. Medo de não conseguir realizar o meu transplante. Logo depois tive outro problema serissimo com um irmão e acabou ficando muito doente. Meu irmão adquiriu um câncer de boca grave e minha família tinha que cuidar de duas pessoas bastante graves. Minha mãe e minha cunhada revezavam nos cuidados com ele e toda uma preocupação comigo, porque estava chegando no meu limite da falta de ar. Andar e comer já estavam ficando muito difícil.Já não conseguia mastigar os alimentos.Comia sopas e papinhas pra facilitar a respiração e não me cansar. Mas sempre tive a certeza do transplante. Quando internava, ria muito com enfermeiras, fazia amizades, pois eram quase um mês de internação por vez e mesmo diante de toda minha situação grave eu nunca deixei de sorrir ou brincar, nunca achei que não fosse dar certo. A minha angustia era só a espera, pois eu parecia estacionada, minha vida estava parada. Mas a esperança, a fé e a certeza ardiam dentro de mim.
Meu irmão teve uma piora enorme e foi para o Hospital e eu ficava em casa sozinha em casa e minha mãe me dizia: Fia, se o InCor te chamar pede ajuda aos vizinhos por que a mãe vai cuidar do seu irmão no hospital. E eu ficava ali quietinha, lendo meus livros, fazendo janta pra ela que não se cansasse mais quando chegasse em casa do Hospital. Meu irmão não resistiu a doença, faleceu no dia 06 Junho de 2008 e foi um choque pra mim porque ele era a minha referencia. Fiquei mal, chorosa, triste e no dia 8 Junho por conta dessa perda comecei a ter febres e o medico me internou. Minha angustia começou ali, pois meus pensamentos naquele momento eram: Meu Deus, e se eu morrer também, como fica a minha família? Iniciei o tratamento com antibióticos. Meus amigos transplantados iam me ver, conversar comigo e naquela semana todos diziam assim: Ah Kellynha, você vai transplantar logo. E no dia 19 de Julho de 2008 eu acordei estranha, pensativa, não queria conversar e fiquei assim o dia todo. Mas a noite eu resolvi sair do quarto e dar uma volta. Fui até a sala de visitas e lá fiquei olhando da janela os carros em plena 6ª feira de transito. Li um jornal que estava sob a mesa e depois disso resolvi orar a Deus e orei assim: Jesus, eu sei que Senhor conhece o meu problema e o meu coração. Mas hoje eu quero contar pro Senhor o que eu to passando e que eu to chegando no meu limite. Jesus o transplante não podia ser hoje?
Levantei-me, peguei meu oxigênio e voltei pro meu quarto pra tomar a medicação das 22 horas. Quando eu apontei no corredor do meu quarto uma enfermeira estava me procurando dizendo: Kelly, onde você estava? Tem um médico querendo falar com você. Fui até o balcão de enfermagem e esperei por ele. Ele apareceu e me disse: Kelly preciso de um RX seu agora. E eu muito curiosa respondi: Agora? Mas eu tirei um pela manha! Usa aquele. Ele com toda paciência disse: Não Kelly, precisa ser agora, preciso da suas medidas. Eu nada convencida disse: Mas pra que medidas? Conta-me então.
Ele disse: Tá bom. Aqui no HC tem um potencial doador pra você e acho que só dá pra você, por isso preciso das suas medidas.
Eu fiquei parada sem fala, por que eu tinha acabado de orar, pedir e fui atendida. E dizia a ele: É verdade? Você tá falando a verdade? Ele: sim Kelly, tem um doador. Vai pro seu quarto se preparar e fica calma. Parecia mágica, uma alegria extrema, parecia inacreditável, mágico mesmo.
Fui pro meu quarto, rindo, alegre, surpresa e não sabia pra quem eu ligava primeiro, família, amigos… Liguei pra minha família e pedi pra que todos viessem me acompanhar. Quando eles chegaram foi um misto de sentimentos, medo, alegria, tristeza por que meu irmão não estava lá…. Mas quando a maca chegou pra me buscar eu pensei no meu intimo: Agora é a hora da verdade. Se na minha oração Deus de pronto me abençoou, eu volto do Tx renovada! Subi na maca com calma, deixa minha família tranqüila e fui a pensamento assim: Jesus to aqui. Cheguei até aqui por Sua vontade e que ela continue sendo feita. Entrei pro Centro Cirúrgico numa cirurgia que duraram 15 horas e foi um sucesso.
Quando acordei da cirurgia, eu me sentia leve, com o ar entrando e saindo dos pulmões sem dificuldades, sentia uma leveza e muita alegria, estava muito feliz. E como Deus é maravilho ne? Minha família esta em plena tristeza da morte recente de 14 dias do meu irmão e de repente nos presenteia com a vida.
Passado um 1 ano e 9 meses, estou de volta a vida. Trabalho, viajo,namoro, dou palestras falando da minha experiência e falando da importância da doação de órgãos. Tenho uma vida extremamente feliz, sou e serei eternamente agradecida pela minha doadora e seus familiares e por toda equipe medica, enfermagem, assistência social, psicologia por tenho o melhor suporte pra minha saúde. Encontrei um amor na internet o Luciano que passou a mesma experiência que a minha. Ele no Rio Grande do Sul e eu em SP na lista de espera pro pulmão nos conhecemos, ficamos amigos e nos apaixonamos, hoje ele já transplantado também e com muita saúde, estamos namorando e felizes.
Meu objetivo de vida hoje é viver intensamente e fazer com que pessoas renasçam também sejam eles doentes fisicamente ou da alma, por que minha experiência de vida pode mudar a perspectiva de vida de alguém que acha que não tem mais nada pra viver. Tenho Deus, uma família linda que me apóia um namorado que eu amo e muitos amigos. Abraço todas as oportunidades dentro dos meus limites. O melhor da vida é viver e eu quero fazer isso intensamente e com muita alegria.
Kelly F. Cunha
Kelly, pós transplante
Me chamo Kelly Fernandes da Cunha, tenho 29 anos e sou transplantada do pulmão e sou assistente de uma advogada. Nasci com uma doença chamada DISCINESIA CILIAR que consiste no NÃO funcionamento dos cílios do pulmão que tem a finalidade de limpar a secreção acumulada. Secundária desta doença veio a BRONQUIECTASIA que consiste no atrofiamento dos brônquios e junto ao acúmulo de secreção gera infecções. Comecei com os sintomas de falta de ar aos 2 anos de idade. Desde então fazia acompanhamento com médicos, mas tudo era tratado como uma simples bronquite. Aos 6 anos houve uma piora e assim ia mudando de médicos para outras opiniões e nada era descoberto. Cheguei aos 14 anos e logo comecei a trabalhar, pois precisava pagar meu convenio medico e muito gato com medicamentos e minha mãe não podia me dar todo o suporte necessário, por isso fui trabalhar. Comecei a ir num especialista pelo convenio que descobriu a Bronquiectasia e me disse que eu teria que aprender a conviver com isso. Claro que não aceitei tal argumento e inicie o tratamento. Fiz um tratamento com vacinas por 4 anos e nada de resultados. Por fim procurei outra opinião medica. Nessa nova tentativa outra decepção, o médico queria tirar um dos meus pulmões pra que eu tivesse mais um tempo de vida. Achei o maior absurdo e fui procurar outra opinião. Neste novo especialista tive esperanças, pois surtia efeito o inicio do tratamento, mas as coisas foram se agravando e passado mais 2 anos estava eu numa enorme piora com 22 anos de idade. Daí em diante foram muitas infecções e internações. Em certa internação aos 24 anos o medico que cuidava de mim me disse: Kelly eu não tenho mais antibióticos pra te dar, você já tomou a lista deles pra matar essa bactéria. Eu respondi: Ah Drº! Se não tiver mais nada, matam elas a paulada e sorri. Ele também sorriu e me disse: Vou te indicar um medico amigo meu, tenho certeza que ele te ajudará. Eu disse: Drº é o ultimo médico que eu procuro eu estou cansada! Nessa época já tinha deixado tudo de lado: trabalho, vida social, relacionamento, tudo!! Larguei tudo na vida pra cuidar somente da minha saúde.
Fui passar com esse medico muito carinhoso, atencioso gostaria muito de mencioná-lo Drº Adriano César Guazelli, que prontamente me atendeu e fez um estudo dos meus exames desde criança e logo depois me veio com a noticia que talvez fosse precisar de um transplante. Na hora nem me dei conta do que era isso. Nunca nem tinha ouvido falar em transplante pulmonar. Ele me disse que eu tinha sim BRONQUIECTASIA num estagio avançado, mas que ele tinha certeza que eu tivesse outra doença de base e teve a humildade de dizer que ele não tinha recursos pra diagnosticar tal doença mas que me encaminharia ao HC-SP onde lá sim descobririam e me tratariam com todo suporte necessário.
Mais que prontamente fui encaminhada ao HC-SP e numa junta medica, conversando sobre todo o meu histórico de doença diagnosticaram meu problema. Inicie lá um tratamento medicamentoso sem sucesso já pela gravidade do meu caso. Nessa época eu já usava oxigênio 24horas por dia, sem tirar pra nada. Numa nova consulta, me disseram do grupo de TX de Pulmão que seria minha única chance. O Drº me disse assim: Seu caso é só o transplante, demoraram muito a cuidar de você. E então quer pensar no transplante? Eu disse: Não! Não quero pensar. Quero o transplante agora com todas minhas forças.
Quero agora meu encaminhamento. Sai do HC e fui direto ao Hospital InCor fazer a parte burocrática. Comecei no inicio de 2006 a bateria de exames e em Julho de 2006 fui aceita na fila de transplantes. Foi inicio da alegria e angustia. Alegria em saber da chance de nascer de novo e angustia da espera. Fiquei por 2 anos na fila do transplante e nesses dois anos tive 4 internações e uma delas uma UTI onde fiquei entre a vida e a morte. Tinha somente 17% da capacidade pulmonar e estava numa seria infecção. Fui levada pra UTI num Hosp. Em Diadema, onde na ambulância não tinha oxigênio. Fiquei sem oxigênio por 17 minutos e isso tudo me agravou. Recordo-me que quando dei entrada nessa UTI eu disse assim a enfermeira: estou com medo! Ela disse: tá tudo bem Kelly, fica calma. Eu disse: eu não to bem Beth, mas eu volto! E logo depois tive uma parada cardíaca. Fiquei 14 dias entubada e a medica daquela UTI já me desenganava. Dizia nas visitas aos meus familiares que eu não sairia do tubo, que ela tentava e eu não reagia. A resposta da minha mãe era: Drª tente mais uma vez, Jesus tem cuidado dela. Você vai conseguir. E na outra visita tudo se repetia . Até que no 8ª dia de tubo , ela conseguiu tirar e eu respirei por 15 minutos, mas logo tiveram de colocar novamente. Minha mãe ficou muito feliz, pois somos uma família de muita fé e perseverança. Eu mesmo dentro de mim sabia que eu sairia dali vitoriosa. Não sei explicar, mas algo ardia dentro de mim na esperança de logo estar acordada de novo. E foi assim ao longo dos dias, ate que no 14ª dia , a Drª retirou o tubo e eu voltei a respirar. Ela ficou impressionada pelo estado da gravidade em que eu me encontrava. Na visita daquele dia ela chegou sorrindo, feliz com parte da recuperação e disse a minha mãe: O que sua filha tem que é tão forte? Uma vontade de viver que impressiona. Minha mãe respondeu: Nós temos a luz de Jesus, não disse a você que ele tem cuidado de nós?
Fiquei 30 dias nessa UTI, em dezembro de 2007. Passei Natal e no Ano Novo fui pra casa. Lembro-me nesse dia que eu chorei muito. Estava calor, eu ainda estava confusa da sedação e dos dias de entubação e sempre repetia: Ai quando vai chegar? Eu chorava. Esse era meu momento de fraqueza. Medo de não conseguir realizar o meu transplante. Logo depois tive outro problema serissimo com um irmão e acabou ficando muito doente. Meu irmão adquiriu um câncer de boca grave e minha família tinha que cuidar de duas pessoas bastante graves. Minha mãe e minha cunhada revezavam nos cuidados com ele e toda uma preocupação comigo, porque estava chegando no meu limite da falta de ar. Andar e comer já estavam ficando muito difícil.Já não conseguia mastigar os alimentos.Comia sopas e papinhas pra facilitar a respiração e não me cansar. Mas sempre tive a certeza do transplante. Quando internava, ria muito com enfermeiras, fazia amizades, pois eram quase um mês de internação por vez e mesmo diante de toda minha situação grave eu nunca deixei de sorrir ou brincar, nunca achei que não fosse dar certo. A minha angustia era só a espera, pois eu parecia estacionada, minha vida estava parada. Mas a esperança, a fé e a certeza ardiam dentro de mim.
Meu irmão teve uma piora enorme e foi para o Hospital e eu ficava em casa sozinha em casa e minha mãe me dizia: Fia, se o InCor te chamar pede ajuda aos vizinhos por que a mãe vai cuidar do seu irmão no hospital. E eu ficava ali quietinha, lendo meus livros, fazendo janta pra ela que não se cansasse mais quando chegasse em casa do Hospital. Meu irmão não resistiu a doença, faleceu no dia 06 Junho de 2008 e foi um choque pra mim porque ele era a minha referencia. Fiquei mal, chorosa, triste e no dia 8 Junho por conta dessa perda comecei a ter febres e o medico me internou. Minha angustia começou ali, pois meus pensamentos naquele momento eram: Meu Deus, e se eu morrer também, como fica a minha família? Iniciei o tratamento com antibióticos. Meus amigos transplantados iam me ver, conversar comigo e naquela semana todos diziam assim: Ah Kellynha, você vai transplantar logo. E no dia 19 de Julho de 2008 eu acordei estranha, pensativa, não queria conversar e fiquei assim o dia todo. Mas a noite eu resolvi sair do quarto e dar uma volta. Fui até a sala de visitas e lá fiquei olhando da janela os carros em plena 6ª feira de transito. Li um jornal que estava sob a mesa e depois disso resolvi orar a Deus e orei assim: Jesus, eu sei que Senhor conhece o meu problema e o meu coração. Mas hoje eu quero contar pro Senhor o que eu to passando e que eu to chegando no meu limite. Jesus o transplante não podia ser hoje?
Levantei-me, peguei meu oxigênio e voltei pro meu quarto pra tomar a medicação das 22 horas. Quando eu apontei no corredor do meu quarto uma enfermeira estava me procurando dizendo: Kelly, onde você estava? Tem um médico querendo falar com você. Fui até o balcão de enfermagem e esperei por ele. Ele apareceu e me disse: Kelly preciso de um RX seu agora. E eu muito curiosa respondi: Agora? Mas eu tirei um pela manha! Usa aquele. Ele com toda paciência disse: Não Kelly, precisa ser agora, preciso da suas medidas. Eu nada convencida disse: Mas pra que medidas? Conta-me então.
Ele disse: Tá bom. Aqui no HC tem um potencial doador pra você e acho que só dá pra você, por isso preciso das suas medidas.
Eu fiquei parada sem fala, por que eu tinha acabado de orar, pedir e fui atendida. E dizia a ele: É verdade? Você tá falando a verdade? Ele: sim Kelly, tem um doador. Vai pro seu quarto se preparar e fica calma. Parecia mágica, uma alegria extrema, parecia inacreditável, mágico mesmo.
Fui pro meu quarto, rindo, alegre, surpresa e não sabia pra quem eu ligava primeiro, família, amigos… Liguei pra minha família e pedi pra que todos viessem me acompanhar. Quando eles chegaram foi um misto de sentimentos, medo, alegria, tristeza por que meu irmão não estava lá…. Mas quando a maca chegou pra me buscar eu pensei no meu intimo: Agora é a hora da verdade. Se na minha oração Deus de pronto me abençoou, eu volto do Tx renovada! Subi na maca com calma, deixa minha família tranqüila e fui a pensamento assim: Jesus to aqui. Cheguei até aqui por Sua vontade e que ela continue sendo feita. Entrei pro Centro Cirúrgico numa cirurgia que duraram 15 horas e foi um sucesso.
Quando acordei da cirurgia, eu me sentia leve, com o ar entrando e saindo dos pulmões sem dificuldades, sentia uma leveza e muita alegria, estava muito feliz. E como Deus é maravilho ne? Minha família esta em plena tristeza da morte recente de 14 dias do meu irmão e de repente nos presenteia com a vida.
Passado um 1 ano e 9 meses, estou de volta a vida. Trabalho, viajo,namoro, dou palestras falando da minha experiência e falando da importância da doação de órgãos. Tenho uma vida extremamente feliz, sou e serei eternamente agradecida pela minha doadora e seus familiares e por toda equipe medica, enfermagem, assistência social, psicologia por tenho o melhor suporte pra minha saúde. Encontrei um amor na internet o Luciano que passou a mesma experiência que a minha. Ele no Rio Grande do Sul e eu em SP na lista de espera pro pulmão nos conhecemos, ficamos amigos e nos apaixonamos, hoje ele já transplantado também e com muita saúde, estamos namorando e felizes.
Meu objetivo de vida hoje é viver intensamente e fazer com que pessoas renasçam também sejam eles doentes fisicamente ou da alma, por que minha experiência de vida pode mudar a perspectiva de vida de alguém que acha que não tem mais nada pra viver. Tenho Deus, uma família linda que me apóia um namorado que eu amo e muitos amigos. Abraço todas as oportunidades dentro dos meus limites. O melhor da vida é viver e eu quero fazer isso intensamente e com muita alegria.
Kelly F. Cunha
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE TRANSPLANTES DE ORGÃOS
Perguntas Frequentes (Ás resposta para cada item estão na matéria "Oque é Transplante?")
Categoria principal »» Perguntas Sobre Transplante de Órgãos
Índice de conteúdo
* O que é transplante?
* Quem pode e quem não pode ser doador?
* Por que existe poucos doadores? Temos medo de doar?
* Quero ser doador. O que devo fazer?
* O que é morte encefálica?
* Uma pessoa em coma também pode ser doadora?
* Como o corpo é mantido após a morte encefálica?
* Como proceder para doar?
* Quem paga os procedimentos de doação?
* O que acontece depois de autorizada a doação?
* Quem recebe os órgãos doados?
* Quantas partes do corpo podem ser aproveitadas para transplante?
* Podemos escolher o receptor?
* Quem são beneficiados com os transplantes?
* Existe algum conflito de interesse entre os atos de salvar a vida de um potencial doador e o da retirada dos órgãos para transplante?
* Qual a chance de sucesso de um transplante?
* Quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa?
* Quanto custa um transplante e quem paga?
* Quando os órgãos devem ser retirados?
* O que é morte Cerebral?
* Como funciona a "fila única"?
* Como se inscrever no cadastro técnico?
texto extraido do site>http://www.saude.ba.gov.br/transplantes/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=1#q17
Categoria principal »» Perguntas Sobre Transplante de Órgãos
Índice de conteúdo
* O que é transplante?
* Quem pode e quem não pode ser doador?
* Por que existe poucos doadores? Temos medo de doar?
* Quero ser doador. O que devo fazer?
* O que é morte encefálica?
* Uma pessoa em coma também pode ser doadora?
* Como o corpo é mantido após a morte encefálica?
* Como proceder para doar?
* Quem paga os procedimentos de doação?
* O que acontece depois de autorizada a doação?
* Quem recebe os órgãos doados?
* Quantas partes do corpo podem ser aproveitadas para transplante?
* Podemos escolher o receptor?
* Quem são beneficiados com os transplantes?
* Existe algum conflito de interesse entre os atos de salvar a vida de um potencial doador e o da retirada dos órgãos para transplante?
* Qual a chance de sucesso de um transplante?
* Quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa?
* Quanto custa um transplante e quem paga?
* Quando os órgãos devem ser retirados?
* O que é morte Cerebral?
* Como funciona a "fila única"?
* Como se inscrever no cadastro técnico?
texto extraido do site>http://www.saude.ba.gov.br/transplantes/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=1#q17
OQUE É TRANSPLANTE?
É um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas...) de um pessoa doente (RECEPTOR) por outro órgão ou tecido normal de um DOADOR, vivo ou morto.
Quem pode e quem não pode ser doador?
A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e tipo sangüíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Fumantes são não-doadores de pulmão.
Por que existe poucos doadores? Temos medo de doar?
É uma das razões, porque temos medo da morte e não queremos nos preocupar com este tema em vida. É muito mais cômodo não pensarmos sobre isso, seja porque queremos pensar : "Não acontece comigo ou com a minha família" ou "Isso só acontece com os outros e eles que decidam".
Quero ser doador. O que devo fazer?
Atualmente a doação no Brasil é consentida, ou seja, só a sua famila pode autorizar para que ela aconteça. Portanto o que es tiver escrito na carteira de identidade ou na carteira de habilitação não tem valor! Se você quiser ser doador avise a sua familia este seu desejo.
O que é morte encefálica?
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos testes neurológicos clínicos, os quais são repetidos seis horas após. Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (um eletroencefalograma ou uma arteriografia).
Não. Coma é um estado reversível. Morte encefálica, como o próprio nome sugere, não. Uma pessoa somente torna-se potencial doadora após o correto diagnóstico de morte encefálica e da autorização dos familiares para a retirada dos órgãos.
Como o corpo é mantido após a morte encefálica?
O coração bate às custas de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Como proceder para doar?
Um famíliar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima.
Quem paga os procedimentos de doação?
A família não paga pelos procedimentos de manutenção do potencial doador, nem pela retirada dos órgãos. Existe cobertura do SUS (Sistema Único de Saúde) para isso.
O que acontece depois de autorizada a doação?
A Central de transplantes vai gerar a lista de receptores, fazer contato com estes atraves das equipes de transplantes, aguarda a confirmação das equipes e então inicia a cirurgia para retirada dos órgãos e tecidos doados. O corpo é entregue a familia entre 12 e 24hs após a autorização familiar!
Quem recebe os órgãos doados?
Testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.
Quantas partes do corpo podem ser aproveitadas para transplante?
O mais freqüente: 2 rins, 2 pulmões, coração, fígado e pâncreas, 2 córneas, 3 válvulas cardíacas, ossos do ouvido interno, cartilagem costal, crista ilíaca, cabeça do fêmur, tendão da patela, ossos longos, fascia lata, veia safena, pele. Mais recentemente foram realizados transplantes de uma mão completa. Um único doador tem a chance de salvar, ou melhorar a qualidade de vida, de pelo menos 25 pessoas.
Podemos escolher o receptor?
Nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre indicado pela Central de Transplantes. A não ser no caso de doação em vida.
Quem são beneficiados com os transplantes?
Milhares de pessoas, inclusive crianças, todos os anos, contraem doenças cujo único tratamento é um transplante. A espera por um doador, que muitas vezes não aparece, é dramática e adoece também um círculo grande de pessoas da família e de amigos.
Existe algum conflito de interesse entre os atos de salvar a vida de um potencial doador e o da retirada dos órgãos para transplante?
Absolutamente não. A retirada dos órgãos para transplante somente é considerada quando todos os esforços para salvar a vida de uma pessoa tenham sido realizados.
Qual a chance de sucesso de um transplante?
É alta. Mas muita coisa depende de particularidades pessoais, o que impede uma resposta mais precisa. Existe no Brasil pessoas que fizeram transplante de rim, por exemplo, há mais de 30 anos, tiveram filhos e levam uma vida normal.
Quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa?
Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos o tranplantado usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com muito melhor qualidade.
Quanto custa um transplante e quem paga?
Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS. A maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de tratamento, cujo custo pode variar de R$ 4.000,00 a R$ 70.000,00.
O Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo!
Quando os órgãos devem ser retirados?
Ainda com o coração do doador batendo:
Coração e pulmão: São o que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas, mas o ideal é que as duas cirurgias sejam realizadas quase que ao mesmo tempo.
Fígado: O órgão resiste até 24 horas fora do organismo.
Rim (fila de espera):: Também é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 48 horas.
Pâncreas: Como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente.
Até seis horas depois que o coração parou:
Córnea (fila de espera): Um dos TECIDOS mais resistentes. Pode permanecer até 14 dias fora do organismo, desde que mantida em líquidos apropriados para sua conservação.
O que é morte Cerebral?
Lesão irrecuperável do cérebro após traumatismo craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. Seu diagnóstico é claramente documentado através de exame detalhado da circulação do cérebro (angiografia), que demonstra a paralisação completa desta circulação, significando que o tecido nervoso está irrecuperavelmente destruído, sendo então emitido o laudo de morte atestado por dois médicos clínicos e um legista.
Por algum tempo, as condições circulatória e respiratória do cadáver poderão ser mantidas por meios artificiais (cuidados de UTI, medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc), quando então poderão ser removidos.
Como funciona a "fila única"?
É muito importante que as pessoas saibam como funciona a assim chamada "fila única". Quando ouvimos esta expressão naturalmente pensamos na fila de entrada do cinema que respeita a ordem de chegada do espectador para entrar na sala.
No caso dos transplantes este termo é impróprio pois as coisas não são exatamente como na fila do cinema e é esta a maior causa de confusão, até para os próprios pacientes. Vejamos como funciona a lista no caso dos transplantes.
A cada vez que surge um doador a Central é informada e processa a seleção dos possíveis receptores para os vários órgãos. Esta seleção leva em conta o tempo de espera para o transplante, o grupo sangüíneo, o peso e altura do doador, com nuanças próprias para cada órgão. Só isto faz com que nem sempre o mais antigo (o que chegou primeiro na fila do cinema) fique em primeiro lugar na "fila" daquele doador. Além disso é preciso levar em conta alguns exames feitos no doador para ver se ele é portador de infecções, como por exemplo, as hepatites por vírus B ou C. Caso um desses exames seja positivo as equipes não aceitam os órgãos para transplantar receptores negativos para a tal infeção pois isto representa um risco de contaminar o receptor com uma doença que colocará em risco sua saúde. Nesses casos algumas equipes aceitam os órgãos para transplantá-los em receptores que tenham a mesma infecção e estes podem não ser os primeiros da "fila".
Outras vezes o receptor que foi selecionado em primeiro lugar pode não estar momentaneamente em condições de receber um transplante em conseqüência de complicações clínicas ou não pode ser localizado, não quer ser transplantado naquele momento, etc e portanto, para aquele doador ele é preterido. Algumas vezes a equipe médica responsável pela realização do transplante não está disponível (acontece em feriados prolongados, época de Congressos das especialidades) e o paciente selecionado não pode ser transplantado. Enfim são várias as razões que fazem com que a "fila única" para o transplante seja diferente da fila única do cinema. O importante é saber que se ele não for transplantado com aquele doador ele não perde o seu lugar na lista. É como se ele saísse da fila do cinema e voltasse noutro dia, seu lugar do dia anterior, estaria reservado para ele. Isto não acontece na fila do cinema...
Sem entender estas coisas não será possível para a sociedade acompanhar o progresso da "lista única" para os transplantes com órgãos provenientes de doadores cadavéricos, onde cada caso é um caso e deve ser tratado isoladamente.
Como se inscrever no cadastro técnico?
O transplante de órgãos é uma das modalidades de tratamento para algumas doenças chamadas terminais. Nestes casos o órgão em questão, uma vez lesado, não pode ser recuperado e o paciente deverá receber um tratamento de suporte a vida que pode ser definitivo ou temporário, até a realização do transplante. O transplante visa substituir o órgão lesado por um novo.
Particularmente no caso dos doentes renais, o tratamento de suporte a vida, que é a diálise, pode ser uma escolha definitiva e proporcionar qualidade de vida razoável aos pacientes. Este caminho pode ser uma opção do próprio paciente ou uma indicação do seu médico e neste caso, insistir com o transplante pode trazer mais prejuízo do que benefícios ao indivíduo. Em outras palavras o transplante é um tipo de tratamento que tem indicações precisas que devem ser feitas por um médico.
Quem deve inscrever o paciente como um potencial receptor de órgão, no CTU, é o médico que está encarregado de seu tratamento. No caso de pacientes em diálise a equipe médica do Centro de Diálise pode fazer essa inscrição mas tem que ter o cuidado de providenciar uma Equipe Médica de Transplante que se responsabilize por realizar o transplante quando ele for selecionado.
Em resumo quem inscreve e mantêm o paciente no CTU é o seu médico.
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.
Texto e arte exraido de >http://www.saude.ba.gov.br/transplantes/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=1#q1.
Quem pode e quem não pode ser doador?
A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e tipo sangüíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Fumantes são não-doadores de pulmão.
Por que existe poucos doadores? Temos medo de doar?
É uma das razões, porque temos medo da morte e não queremos nos preocupar com este tema em vida. É muito mais cômodo não pensarmos sobre isso, seja porque queremos pensar : "Não acontece comigo ou com a minha família" ou "Isso só acontece com os outros e eles que decidam".
Quero ser doador. O que devo fazer?
Atualmente a doação no Brasil é consentida, ou seja, só a sua famila pode autorizar para que ela aconteça. Portanto o que es tiver escrito na carteira de identidade ou na carteira de habilitação não tem valor! Se você quiser ser doador avise a sua familia este seu desejo.
O que é morte encefálica?
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos testes neurológicos clínicos, os quais são repetidos seis horas após. Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (um eletroencefalograma ou uma arteriografia).
Não. Coma é um estado reversível. Morte encefálica, como o próprio nome sugere, não. Uma pessoa somente torna-se potencial doadora após o correto diagnóstico de morte encefálica e da autorização dos familiares para a retirada dos órgãos.
Como o corpo é mantido após a morte encefálica?
O coração bate às custas de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Como proceder para doar?
Um famíliar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima.
Quem paga os procedimentos de doação?
A família não paga pelos procedimentos de manutenção do potencial doador, nem pela retirada dos órgãos. Existe cobertura do SUS (Sistema Único de Saúde) para isso.
O que acontece depois de autorizada a doação?
A Central de transplantes vai gerar a lista de receptores, fazer contato com estes atraves das equipes de transplantes, aguarda a confirmação das equipes e então inicia a cirurgia para retirada dos órgãos e tecidos doados. O corpo é entregue a familia entre 12 e 24hs após a autorização familiar!
Quem recebe os órgãos doados?
Testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.
Quantas partes do corpo podem ser aproveitadas para transplante?
O mais freqüente: 2 rins, 2 pulmões, coração, fígado e pâncreas, 2 córneas, 3 válvulas cardíacas, ossos do ouvido interno, cartilagem costal, crista ilíaca, cabeça do fêmur, tendão da patela, ossos longos, fascia lata, veia safena, pele. Mais recentemente foram realizados transplantes de uma mão completa. Um único doador tem a chance de salvar, ou melhorar a qualidade de vida, de pelo menos 25 pessoas.
Podemos escolher o receptor?
Nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre indicado pela Central de Transplantes. A não ser no caso de doação em vida.
Quem são beneficiados com os transplantes?
Milhares de pessoas, inclusive crianças, todos os anos, contraem doenças cujo único tratamento é um transplante. A espera por um doador, que muitas vezes não aparece, é dramática e adoece também um círculo grande de pessoas da família e de amigos.
Existe algum conflito de interesse entre os atos de salvar a vida de um potencial doador e o da retirada dos órgãos para transplante?
Absolutamente não. A retirada dos órgãos para transplante somente é considerada quando todos os esforços para salvar a vida de uma pessoa tenham sido realizados.
Qual a chance de sucesso de um transplante?
É alta. Mas muita coisa depende de particularidades pessoais, o que impede uma resposta mais precisa. Existe no Brasil pessoas que fizeram transplante de rim, por exemplo, há mais de 30 anos, tiveram filhos e levam uma vida normal.
Quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa?
Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos o tranplantado usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com muito melhor qualidade.
Quanto custa um transplante e quem paga?
Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS. A maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de tratamento, cujo custo pode variar de R$ 4.000,00 a R$ 70.000,00.
O Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo!
Quando os órgãos devem ser retirados?
Ainda com o coração do doador batendo:
Coração e pulmão: São o que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas, mas o ideal é que as duas cirurgias sejam realizadas quase que ao mesmo tempo.
Fígado: O órgão resiste até 24 horas fora do organismo.
Rim (fila de espera):: Também é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 48 horas.
Pâncreas: Como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente.
Até seis horas depois que o coração parou:
Córnea (fila de espera): Um dos TECIDOS mais resistentes. Pode permanecer até 14 dias fora do organismo, desde que mantida em líquidos apropriados para sua conservação.
O que é morte Cerebral?
Lesão irrecuperável do cérebro após traumatismo craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. Seu diagnóstico é claramente documentado através de exame detalhado da circulação do cérebro (angiografia), que demonstra a paralisação completa desta circulação, significando que o tecido nervoso está irrecuperavelmente destruído, sendo então emitido o laudo de morte atestado por dois médicos clínicos e um legista.
Por algum tempo, as condições circulatória e respiratória do cadáver poderão ser mantidas por meios artificiais (cuidados de UTI, medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc), quando então poderão ser removidos.
Como funciona a "fila única"?
É muito importante que as pessoas saibam como funciona a assim chamada "fila única". Quando ouvimos esta expressão naturalmente pensamos na fila de entrada do cinema que respeita a ordem de chegada do espectador para entrar na sala.
No caso dos transplantes este termo é impróprio pois as coisas não são exatamente como na fila do cinema e é esta a maior causa de confusão, até para os próprios pacientes. Vejamos como funciona a lista no caso dos transplantes.
A cada vez que surge um doador a Central é informada e processa a seleção dos possíveis receptores para os vários órgãos. Esta seleção leva em conta o tempo de espera para o transplante, o grupo sangüíneo, o peso e altura do doador, com nuanças próprias para cada órgão. Só isto faz com que nem sempre o mais antigo (o que chegou primeiro na fila do cinema) fique em primeiro lugar na "fila" daquele doador. Além disso é preciso levar em conta alguns exames feitos no doador para ver se ele é portador de infecções, como por exemplo, as hepatites por vírus B ou C. Caso um desses exames seja positivo as equipes não aceitam os órgãos para transplantar receptores negativos para a tal infeção pois isto representa um risco de contaminar o receptor com uma doença que colocará em risco sua saúde. Nesses casos algumas equipes aceitam os órgãos para transplantá-los em receptores que tenham a mesma infecção e estes podem não ser os primeiros da "fila".
Outras vezes o receptor que foi selecionado em primeiro lugar pode não estar momentaneamente em condições de receber um transplante em conseqüência de complicações clínicas ou não pode ser localizado, não quer ser transplantado naquele momento, etc e portanto, para aquele doador ele é preterido. Algumas vezes a equipe médica responsável pela realização do transplante não está disponível (acontece em feriados prolongados, época de Congressos das especialidades) e o paciente selecionado não pode ser transplantado. Enfim são várias as razões que fazem com que a "fila única" para o transplante seja diferente da fila única do cinema. O importante é saber que se ele não for transplantado com aquele doador ele não perde o seu lugar na lista. É como se ele saísse da fila do cinema e voltasse noutro dia, seu lugar do dia anterior, estaria reservado para ele. Isto não acontece na fila do cinema...
Sem entender estas coisas não será possível para a sociedade acompanhar o progresso da "lista única" para os transplantes com órgãos provenientes de doadores cadavéricos, onde cada caso é um caso e deve ser tratado isoladamente.
Como se inscrever no cadastro técnico?
O transplante de órgãos é uma das modalidades de tratamento para algumas doenças chamadas terminais. Nestes casos o órgão em questão, uma vez lesado, não pode ser recuperado e o paciente deverá receber um tratamento de suporte a vida que pode ser definitivo ou temporário, até a realização do transplante. O transplante visa substituir o órgão lesado por um novo.
Particularmente no caso dos doentes renais, o tratamento de suporte a vida, que é a diálise, pode ser uma escolha definitiva e proporcionar qualidade de vida razoável aos pacientes. Este caminho pode ser uma opção do próprio paciente ou uma indicação do seu médico e neste caso, insistir com o transplante pode trazer mais prejuízo do que benefícios ao indivíduo. Em outras palavras o transplante é um tipo de tratamento que tem indicações precisas que devem ser feitas por um médico.
Quem deve inscrever o paciente como um potencial receptor de órgão, no CTU, é o médico que está encarregado de seu tratamento. No caso de pacientes em diálise a equipe médica do Centro de Diálise pode fazer essa inscrição mas tem que ter o cuidado de providenciar uma Equipe Médica de Transplante que se responsabilize por realizar o transplante quando ele for selecionado.
Em resumo quem inscreve e mantêm o paciente no CTU é o seu médico.
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.
Texto e arte exraido de >http://www.saude.ba.gov.br/transplantes/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=1#q1.
DISPARIDADES NAS FILAS DE TRANSPLANTE
Cadernos de Saúde Pública
version ISSN 0102-311X
Cad. Saúde Pública vol.26 no.4 Rio de Janeiro Apr. 2010
doi: 10.1590/S0102-311X2010000400020
ARTIGO ARTICLE
Disparidades nas filas para transplantes de órgãos nos estados brasileiros
Geographic disparities in organ transplantation in Brazil
Alexandre Marinho; Simone de Souza Cardoso; Vivian Vicente de Almeida
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Rio de Janeiro, Brasil
Correspondência
RESUMO
Avaliamos alguns aspectos dos transplantes de órgãos nas Unidades da Federação brasileira, nos anos de 2004, 2005 e 2006. Estimamos, com base em um modelo de teoria das filas, os tempos de espera para transplantes de coração, córnea, fígado, pulmão, rim, pâncreas, e transplante simultâneo de rim e pâncreas. Os resultados indicam redução na espera por alguns órgãos (córnea, e pâncreas); elevação em outros (fígado, coração, rim/pâncreas); e ligeiras flutuações, sem tendência muito definida, nos transplantes de rim e nos transplantes de pulmão ao longo do período estudado. Os estados das regiões Sul e Sudeste (com a exceção do Rio de Janeiro) e Centro-oeste têm os menores tempos de espera e as maiores taxas de atendimento do país.
Transplante de Órgãos; Disparidades em Assistência à Saúde; Política de Saúde
ABSTRACT
This study focuses on organ transplantation in Brazilian States in the years 2004, 2005, and 2006. Average waiting times were estimated by queueing theory models. We found that average waiting time for transplantation decreased for cornea and pancreas, increased for liver, heart, and kidney/pancreas, and varied erratically for kidney and lung. We also detected broad disparities in waiting times between States. Mean waiting time was shortest in the States of South, Southeast, and Midwest Brazil. These same States also showed the highest transplantation rates in the country.
Organ Transplantation; Healthcare Disparities; Health Policy
Introdução
O fenômeno de disparidade geográfica em transplantes de órgãos é amplamente relatado na literatura 1. Existem relatos do problema em países desenvolvidos como Austrália 2, Espanha 3, Estados Unidos 4,5, França 6 e Reino Unido 7.
No Brasil, as eventuais conseqüências desse fenômeno podem ser agravadas pelas dimensões continentais do país. Entretanto, não existem indicadores oficiais gerais do tempo de espera nas filas e de outras variáveis relevantes relacionadas aos transplantes de órgãos no Brasil. O presente trabalho atualiza e estende o trabalho de Marinho 8, que avalia aspectos econômicos das filas, e apresenta um conjunto de estimativas relacionadas com o tempo de espera para alguns órgãos e tecidos (coração, córnea, fígado, pulmão, rim, pâncreas e transplante simultâneo de rim e pâncreas) no Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Os resultados obtidos estimam tempos de espera que, mesmo em um modelo otimista, quase sempre ultrapassam um ano e que, em um modelo menos otimista, poderia atingir, por exemplo, quase nove anos para fígado e mais de 11 anos para rim. Mais ainda, esse tempo de espera é superior a alguns indicadores internacionais (relacionados na Tabela 1). Esses dados se tornam ainda mais relevantes quando observamos a baixa porcentagem existente entre a quantidade de transplantes realizados e a demanda por transplantes, conforme a Tabela 2, também apresentada a seguir e analisada com mais detalhe posteriormente no texto. São muitas pessoas a esperar muito tempo, com desiguais condições de acesso aos transplantes de órgãos no Brasil.
(para aumentar click sobre a tabela)
Mais precisamente, o presente texto, que é uma extensão aos estados brasileiros do referido trabalho de Marinho 8, avalia a disparidade de acesso aos transplantes de órgãos entre as Unidades da Federação (estados e Distrito Federal), no que se refere aos diferentes tempos de espera para os transplantes. Descentralizamos o cálculo do tempo de espera nas filas para transplantes de órgãos (rim, córnea, coração, fígado, pulmão, pâncreas, rim/pâncreas) para os estados (com exceção do Acre, sem dados de produção no período) e para o Distrito Federal (DF), para os anos de 2004, 2005 e 2006.
Breve descrição do SNT
De acordo com a página do Ministério da Saúde na Internet (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004), o SNT, criado em 1997, é o responsável pela administração dos transplantes financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O SNT dispõe de 25 Centrais de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO) nos estados e no Distrito Federal, e de uma Central Nacional de Notificação Captação e Doação de Órgãos (CNNCDO), localizada em Brasília. Além disso, dispõe de 548 estabelecimentos autorizados a realizar transplantes, envolvendo 1.376 equipes médicas.
O SNT é um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, e nenhum sistema de preços é relevante para selecionar os candidatos à recepção de órgãos no Brasil. O Brasil é o segundo país com maior número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos, que fizeram 27.961 no ano de 2008, com 101.944 pessoas aguardando nas filas em 30 de abril de 2009 (United Network for Organ Sharing. http://www.unos.org/Data/default.asp?displayType=usData). Vale ressaltar que, nos Estados Unidos, os pacientes pagam pelos transplantes diretamente, ou por meio de planos de saúde, com exceção dos muito pobres, que recebem financiamento dos programas governamentais assistenciais (Medicare e Medicaid), conforme a Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO) 9. De acordo com a página do SNT na Internet (http://dtr2001.saude.gov.br/transplantes/index_gestor.htm), no ano de 2008, foram realizados no país 19.125 transplantes de diversos órgãos e de tecidos. Foram implantados 12.825 córneas, 3.154 rins, 1.110 fígados, 43 pâncreas, 205 corações, 53 pulmões. Foram realizados 127 transplantes simultâneos de rim/pâncreas e 26 transplantes simultâneos de fígado/rim. Ocorreram, ainda, 1.582 transplantes de medula óssea. Outros órgãos e tecidos, como válvulas cardíacas, ossos, veias, tendões, pele e intestino, também podem ser transplantados. A fila de espera para transplantes totalizava 68.906 pessoas no ano de 2006. O gasto com transplantes, incluindo medicamentos, no ano de 2005, foi de R$ 521,8 milhões, ou seja, 29,11% a mais do que os R$ 404,41 milhões gastos em 2004.
No Brasil, o transplante de órgãos, por doação ao Estado, somente pode ser feito após a morte encefálica do doador, que pode ser natural ou acidental, e com o concomitante funcionamento dos órgãos que serão doados, após o obrigatório consentimento familiar. A morte encefálica deve ser devidamente diagnosticada por uma equipe médica, e o transplante, autorizado pelo SNT. Uma vez constatada por médicos a necessidade de transplante, o paciente candidato a receptor é colocado na fila. A fila para transplantes no SUS para cada órgão ou tecido é única, e o atendimento é por ordem de chegada, considerados critérios técnicos, geográficos, de compatibilidade e de urgência específicos para cada órgão, de acordo com a Portaria nº. 91/GM/MS 10, de 23 de janeiro de 2001. A fila é disciplinada pela Portaria nº. 3.407/GM/MS 11, de 05 de agosto de 1998. Os critérios de urgência prevalecem, no caso do fígado, para o qual é adotado o critério baseado no Model for End-Stage Liver Disease (Meld)/Pediatric End-Stage Liver Disease (Peld), regulamentado pela Portaria nº. 1.160 12 de 29 de maio de 2006 do Ministério da Saúde.
O SNT registra informações gerais sobre os transplantes de órgãos no Brasil, mas os transplantes realizados fora do SUS não são administrados pelo SNT. Cabe informar que, no sistema de saúde suplementar, os planos de saúde somente são obrigados a financiar transplantes de rim e de córnea, embora, eventualmente, paguem outros tipos de procedimentos, que são realizados nas suas redes referenciadas, que podem incluir hospitais públicos. Aspectos relacionados aos transplantes de órgãos realizados com financiamento por instituições de saúde suplementar (os corriqueiramente chamados "planos" de saúde) são analisados em Bahia et al. 13. Os custos indiretos da não-realização de transplantes são elevados. Somente no caso dos rins, as terapias renais substitutivas, que podem, em grande medida, ser substituídas por transplantes, custaram aos cofres públicos, em 2005, a elevada cifra de R$ 1.159.679.058,23. Godoy et al. 14 estimam perdas de 11% na renda de portadores de doença renal crônica que, em grande parte, poderiam ser mitigadas por transplantes de rim. A essas perdas, devem ser adicionadas outras reconhecidas perdas de qualidade de vida dos pacientes em procedimentos de diálise, quando comparados aos pacientes transplantados.
Os órgãos não podem ser estocados por muito tempo (com exceção de ossos e medula) e somente podem ser utilizados uma vez. Um coração dura entre 4h e 6h, um pulmão de 4h a 6h, um pâncreas entre 12h e 24h, um fígado entre 12h e 24h e um rim até 48h. Uma córnea pode durar até sete dias 15. Existe elevada "capacidade ociosa", pois há um desperdício considerável de órgãos. No Brasil, de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado e somente 20% deles são utilizados como doadores de múltiplos órgãos 15.
A despeito do reconhecimento da enorme magnitude das atividades públicas de transplantes no Brasil, o SNT convive com sérios problemas operacionais. Alguns desses problemas estão descritos em um recente relatório do Tribunal de Contas da União 16. No documento, são detalhados problemas de natureza gerencial, da qualidade e da atualização tecnológica dos procedimentos médicos e da garantia de prestação de tratamento tempestivo e equitativo ao público-alvo do SNT. Ribeiro & Schramm 17 discutem aspectos morais importantes que deveriam ser reconhecidos na formulação de uma política brasileira de transplantes, diante das limitações de recursos no setor de saúde brasileiro, com a conseqüente necessidade de foco da atenção médica nas atividades relacionadas aos transplantes de órgãos em nosso país.
A importância da atuação do SNT é ampliada, pois as possibilidades de realização de transplantes com financiamento do sistema de saúde suplementar (planos de saúde) são limitadas. Tais limitações são de natureza legal e resultam da dinâmica de atuação dos referidos planos, conforme assinalam Bahia et al. 13. Um quadro preliminar comparativo do desempenho do SNT, com as atividades de transplantes em outros países, encontra-se na Tabela 1.
Na Tabela 2 vemos a dimensão e algumas disparidades entre os estados, nas filas para transplantes no SNT, no ano de 2006.
Cullis et al. 18 assinalam que as filas são um resultado dos descompassos entre a demanda e a oferta quando o sistema de preços não é o mecanismo determinante da produção e do consumo dos bens e produtos em saúde.
A demora no atendimento exerce impactos significativos sobre o bem-estar, as probabilidades de cura, a sobrevida dos enxertos e dos pacientes, a natureza e a extensão das seqüelas nos pacientes, nos familiares envolvidos, e na sociedade. Pior situação ocorre quando, além de elevados, os prazos são imprevisíveis. Com tal agravante, as incertezas decorrentes da imprevisibilidade impedem o planejamento das vidas dos pacientes e dos seus familiares, da atuação do sistema de saúde e do funcionamento do sistema produtivo onde eles por ventura trabalhem. Tempo de espera elevado implica, além dos custos e sofrimentos dos pacientes na fila, o aproveitamento de órgãos de qualidade inferior, e a conseqüente redução do tempo de duração dos enxertos. Daí advêm o aumento na necessidade de retransplantes, a provável elevação das taxas de mortalidade pós-transplantes e a redução da sobrevida atuarial da população transplantada 19. Outro efeito deletério da espera é a crescente elevação do número de transplantes intervivos, que pode ter impacto significativo sobre a vida dos doadores, incluindo a esperada elevação dos custos dos planos de saúde privados para os mesmos. Embora bastante seguros e com melhores expectativas de resultados16, existe alguma evidência de que os transplantes intervivos (ao menos para o fígado) também são mais caros do que os realizados com doadores cadáveres 20.
Metodologia
O número de transplantes realizados por ano, em cada Unidade da Federação, representa o equilíbrio possível e efetivo entre a taxa média de serviço (a oferta) e a taxa média de chegada de pacientes (a demanda) candidatos a transplantes no SNT. Em condições de total flexibilidade do "mercado" o número de transplantes realizados não poderia ser adotado como representativo da taxa de serviço, pois estaria configurado o conhecido "problema da identificação". Esse problema surge quando, na observação de um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda em um mercado, não se pode dizer, a priori, se é possível resgatar a curva de oferta e a curva de demanda. Entretanto, no SNT, a taxa média de serviço é claramente restrita e menor do que a taxa de chegada, pois as filas existem, de modo que o sistema se equilibra sobre a própria taxa média de serviço (a oferta).
O SNT disponibiliza em seu sítio na Internet a taxa média de serviço e o número de pessoas na fila para vários órgãos transplantados nos diversos estados e no Distrito Federal. Os dados disponíveis somente permitem associar as quantidades de transplantes realizados no ano de 2003 com as filas observadas em abril de 2004. As quantidades de transplantes realizados no ano de 2004 foram associadas às filas observadas em janeiro de 2005. Para o ano de 2006, os dados relacionados às filas e aos transplantes foram publicados na página do SNT na Internet.
O arcabouço analítico usado no presente estudo, baseado em elementos de queueing theory (para detalhes técnicos ver Gross & Harris 21) é o mesmo utilizado em Marinho 8, para o cálculo de filas. O modelo conhecido como Markovian/Markovian/Single Model (M/M/1) é clássico e o mais simples disponível na literatura. Tal modelo recebe esse nome porque assume uma distribuição markoviana dos intervalos de chegada, que são dispostos de acordo com uma distribuição exponencial independente e identicamente distribuída (i.i.d.). A distribuição dos tempos de internação segue outro processo markoviano e uma outra distribuição exponencial também i.i.d. Como alternativa, existe a hipótese de que todos os pacientes tenham o mesmo tempo de tratamento, com a taxa de serviço S seguindo uma distribuição degenerada, o que corresponderia ao modelo chamado de Markovian/Degenerate/Single Model (M/D/1). Pode-se demonstrar que esse modelo e o modelo M/M/1 representam os casos limites de um modelo mais geral, em que os tempos de tratamento seguem uma distribuição flexível do tipo Erlang com parâmetro k (modelo Markovian/Erlang/Single - M/Ek/1). Assim, o limite superior (no modelo M/M/1 em que k = 1) e o limite inferior (no modelo M/D/1 em que k = infinito) dos tempos de espera de todos os casos possíveis, ficam determinados. Ressalte-se que os resultados do tempo de espera nas filas obtidos no modelo M/M/1 são exatamente iguais ao dobro dos valores obtidos no modelo M/D/1. O valor real do tempo de espera estaria entre os dois limites.
Os modelos baseiam-se, fundamentalmente, na interação entre duas variáveis: R é a taxa média de chegada de pacientes para transplantes que é a variável representativa da demanda por transplantes no SUS. S é a segunda variável, que representa a taxa média de serviço, ou seja, o número de transplantes por unidade de tempo, que é a variável representativa da oferta de serviços no sistema. Estimamos o tempo médio esperado na fila dos transplantes (exclui o tempo médio de internação): Wq = (R/S)/(S-R).
Resultados
Na Tabela 3, e com o auxílio da Tabela 2 anterior, podemos descrever os resultados de nossas investigações. Os resultados para rim e córnea, que são os procedimentos mais freqüentes no SUS, podem também ser visualizados nas Figuras 1 e 2. Os resultados para os demais órgãos apresentam baixa freqüência nos estados estudados (dados não apresentados). Vale dizer que, no ano de 2006, apenas os estados de São Paulo (26 transplantes), Rio Grande do Sul (21 transplantes), Rio de Janeiro (4 transplantes) e Minas Gerais (2 transplantes) fizeram transplantes de pulmão. No que se refere ao pâncreas, o Estado de São Paulo fez 65 transplantes; o Estado de Minas Gerais fez 17 transplantes e o Rio Grande do Sul fez 2 transplantes. Para os transplantes simultâneos de rim/pâncreas, o Estado de São Paulo fez 65 transplantes, Minas Gerais fez 22 transplantes, o Rio Grande do Sul fez 20 transplantes e o Estado do Paraná fez 9 transplantes.
Constatamos que, em termos nacionais (com exceção do Estado do Acre, que foi retirado da amostra, por falta de registro de transplantes no período estudado), o tempo de espera para transplante de rim teria um limite inferior de 5,16 anos no ano de 2004, de 4,7 anos em 2005 e de 5,43 anos em 2006. Os limites superiores seriam, conforme citado na seção precedente, iguais ao dobro desses valores. Para efeitos de simplificação da apresentação dos resultados, adotamos a representação rim (5,16; 4,7 e 5,43) nos respectivos anos, indicando uma ligeira flutuação no tempo de espera. Calculamos, ainda, limites inferiores para a córnea (1,51; 1,47 e 1,25), que indicariam uma ligeira queda até o ano de 2006.
Para coração (0,65; 0,64 e 1,06), estimamos uma elevação do prazo de espera no período. Para o transplante de fígado (3,38; 3,44 e 3,77), o modelo estimou uma ligeira elevação do limite inferior do tempo de espera até 2006.
No caso do transplante de pulmão nos anos de 2004, 2005 e 2006, com respectivos tempos de espera (1,14; 1,35 e 1,03), estimamos pouca variabilidade. Para o pâncreas (1,77; 0,78 e 0,68), ocorreu uma sensível redução do tempo de espera, enquanto para transplante de rim/pâncreas (0,9; 0,7 e 1,4), o modelo estimou uma ligeira redução inicial, seguida de uma elevação do limite inferior do prazo de espera.
No país, a quantidade total de transplantes realizados, nos órgãos aqui estudados, passou de 11.750 no ano de 2004, para 12.978 no ano de 2005, e para 14.100 em 2006, o que representa um aumento de 20% em relação ao ano inicial. A lista total de espera passou de 59.167 pessoas em 2004, para 61.119 pessoas em 2005 e 63.975 pessoas em 2006, vale dizer, um aumento de aproximadamente 8% em relação ao ano de 2004.
Por outro lado, a Tabela 2 também explicita que a demanda total de transplantes, para cada tipo de órgão, ao final de cada ano, em cada estado, pode ser dividida em dois componentes básicos: os transplantes realizados (variável Tx na Tabela 2) e os transplantes ainda não realizados, isto é, as filas para transplantes (variável L na Tabela 2). Assim, um indicador natural do balanço entre o que foi realizado (Tx) e a demanda total em cada estado (Tx+L) é dado pela razão de atendimento Tx/(Tx+L).
Vemos as disparidades das razão de atendimento para transplantes de rim, que vão de 0,12% em Mato Grosso a 32,72% em Santa Catarina (Tabela 2) no ano de 2006. A razão nacional média de atendimento é de 8,43%. Também encontramos, na Tabela 3 e na Figura 1, tempos mínimos de espera que vão de elevados 424,5 anos no Mato Grosso a 1,03 anos em Santa Catarina. Note-se, na Tabela 2, que Mato Grosso fez apenas um transplante, e apresentava 848 pessoas na fila. No referido ano, a média nacional otimista de espera para rim é de 5,43 anos.
No caso dos transplantes de córnea verificamos, na Tabela 2, no ano de 2006, taxas de atendimento que vão de parcos 2,51% no Rio de Janeiro, até 62,5% na Paraíba. A média nacional para esse indicador é de 28,63%. Por outro lado, vemos, na Tabela 3 e na Figura 2, tempos de espera que vão de elevados 19,44 anos no Rio de Janeiro, até apenas 0,3 ano na Paraíba. A média nacional de espera é de 1,25 ano para transplantes de córnea.
Discussão
No conjunto das Unidades da Federação, fica evidente um predomínio do menor tempo de espera nas Regiões Sul e Sudeste, que também concentram a maior parte dos transplantes realizados e dos pacientes em filas. As exceções na Região Nordeste são os estados de Pernambuco e Ceará que se destacam positivamente, tanto por apresentarem tempos estimados de espera relativamente baixos, quanto por suas relativamente elevadas frequências de realização de transplantes (especialmente de rim, fígado e córnea). Na Região Sudeste, e no país, o destaque positivo é o Estado de São Paulo. Esse bom desempenho pode ser observado pelo exame do relativamente menor tempo de espera, em razão das elevadas freqüências de realização de todos os tipos de transplantes. O Estado de São Paulo realizou, no total do período estudado, 16.230 transplantes, em um total nacional de 38.828 transplantes, ou seja, aproximadamente 42% do total. São Paulo também se destaca pela redução do tempo de espera nos principais órgãos transplantados no país (tirante o de coração que aumentou de 0,4 ano em 2004 para 0,8 ano em 2006, e de rim/pâncreas, com prazo praticamente estagnado em torno de 1,8 ano). O sistema de transplantes em São Paulo está bem relatado em Pereira et al. 22. Observa-se, ainda, a melhoria de sua posição relativa no tempo de espera em geral no país.
Um estado destoante em termos negativos, na Região Sudeste, é o Rio de Janeiro, cuja situação problemática já foi relatada em Viera 23. A posição do estado, avaliada pelo tempo de espera, no conjunto da federação, é ruim na maior parte dos órgãos analisados, salvo o de transplante de pulmão, que apresenta os menores prazos de espera do país. Mas ressalve-se que, nesse caso, apenas quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais) realizaram transplantes (135 procedimentos no total) nos três anos analisados e que o Rio de Janeiro realizou apenas 14 desses transplantes. Além disso, o Estado do Rio de Janeiro piorou a sua posição relativa em praticamente todos os órgãos pesquisados (com exceção já citada de transplantes de pulmão).
O Rio de Janeiro teve o maior tempo de espera para transplante de córnea no ano de 2006 (19,4 anos, no modelo otimista), o que significa que, praticamente, essa atividade não é realizada na rede pública ligada ao SNT no referido estado.
Verificamos ainda, na Tabela 2, que o Estado de São Paulo realizou, no ano de 2006, um total de 4.756 transplantes de córnea, com 4.336 pessoas na fila, o que corresponde a um atendimento de 52,31% da demanda total (a demanda total, como vimos, é a soma dos transplantes realizados com a quantidade de pessoas na fila de espera). O Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, com 2.993 pessoas na fila, realizou apenas 77 transplantes de córnea, isto é, atendeu somente 2,51% da demanda total, obtendo o mais baixo índice do país. No Brasil como um todo, a taxa de atendimento para transplante de córnea é de 28,63%.
Uma situação também desfavorável para o Estado do Rio de Janeiro ocorreu no transplante de rim. O Estado de São Paulo, com 7.930 pessoas na fila, realizou 1.004 transplantes, obtendo uma taxa de atendimento de 11,24%. O Rio de Janeiro, com 3.299 pessoas na fila, fez 220 transplantes, o que corresponde a uma taxa de atendimento de 6,25%. A taxa de atendimento para rim, no Brasil, é de 8,43%.
O Rio de Janeiro tem, ainda, a segunda pior taxa de atendimento nos transplantes de fígado (7,69%), à frente apenas do Estado da Bahia (5,65%), para um indicador nacional de 11,72%. Tais resultados negativos para o Estado do Rio de Janeiro não se coadunam com a capacidade econômica nem com a reconhecida pujança de recursos sanitários desse estado.
Reconhecemos a necessidade de detalhar, estender e aprofundar a análise realizada no presente texto. Para isso, seria necessário, entretanto, incorporar dados e informações que não estão disponíveis no momento. Contudo, acreditamos que o presente estudo pode ser útil na análise do quadro atual e na formulação de políticas relacionadas aos transplantes de órgãos no Brasil.
Colaboradores
A. Marinho participou da elaboração do texto, escolha dos modelos de análise e avaliação dos resultados. S. S. Cardoso contribuiu na coleta de dados, elaboração dos modelos e cálculos e revisão geral do texto. V. V. Almeida colaborou na elaboração dos cálculos, pesquisa bibliográfica e revisão geral do texto.
Agradecimentos
Os autores agradecem os comentários de dois pareceristas anônimos. Os eventuais erros remanescentes são de nossa inteira responsabilidade.
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Correspondência:
A. Marinho
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Av. Presidente Antonio Carlos 51, 10º andar
Rio de Janeiro, RJ 20020-010, Brasil
amarinho@ipea.gov.br
Recebido em 12/Jun/2009
Versão final reapresentada em 18/Dez/2009
Aprovado em 02/Fev/2010
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Cad. Saúde Pública vol.26 no.4 Rio de Janeiro Apr. 2010
doi: 10.1590/S0102-311X2010000400020
ARTIGO ARTICLE
Disparidades nas filas para transplantes de órgãos nos estados brasileiros
Geographic disparities in organ transplantation in Brazil
Alexandre Marinho; Simone de Souza Cardoso; Vivian Vicente de Almeida
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Rio de Janeiro, Brasil
Correspondência
RESUMO
Avaliamos alguns aspectos dos transplantes de órgãos nas Unidades da Federação brasileira, nos anos de 2004, 2005 e 2006. Estimamos, com base em um modelo de teoria das filas, os tempos de espera para transplantes de coração, córnea, fígado, pulmão, rim, pâncreas, e transplante simultâneo de rim e pâncreas. Os resultados indicam redução na espera por alguns órgãos (córnea, e pâncreas); elevação em outros (fígado, coração, rim/pâncreas); e ligeiras flutuações, sem tendência muito definida, nos transplantes de rim e nos transplantes de pulmão ao longo do período estudado. Os estados das regiões Sul e Sudeste (com a exceção do Rio de Janeiro) e Centro-oeste têm os menores tempos de espera e as maiores taxas de atendimento do país.
Transplante de Órgãos; Disparidades em Assistência à Saúde; Política de Saúde
ABSTRACT
This study focuses on organ transplantation in Brazilian States in the years 2004, 2005, and 2006. Average waiting times were estimated by queueing theory models. We found that average waiting time for transplantation decreased for cornea and pancreas, increased for liver, heart, and kidney/pancreas, and varied erratically for kidney and lung. We also detected broad disparities in waiting times between States. Mean waiting time was shortest in the States of South, Southeast, and Midwest Brazil. These same States also showed the highest transplantation rates in the country.
Organ Transplantation; Healthcare Disparities; Health Policy
Introdução
O fenômeno de disparidade geográfica em transplantes de órgãos é amplamente relatado na literatura 1. Existem relatos do problema em países desenvolvidos como Austrália 2, Espanha 3, Estados Unidos 4,5, França 6 e Reino Unido 7.
No Brasil, as eventuais conseqüências desse fenômeno podem ser agravadas pelas dimensões continentais do país. Entretanto, não existem indicadores oficiais gerais do tempo de espera nas filas e de outras variáveis relevantes relacionadas aos transplantes de órgãos no Brasil. O presente trabalho atualiza e estende o trabalho de Marinho 8, que avalia aspectos econômicos das filas, e apresenta um conjunto de estimativas relacionadas com o tempo de espera para alguns órgãos e tecidos (coração, córnea, fígado, pulmão, rim, pâncreas e transplante simultâneo de rim e pâncreas) no Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Os resultados obtidos estimam tempos de espera que, mesmo em um modelo otimista, quase sempre ultrapassam um ano e que, em um modelo menos otimista, poderia atingir, por exemplo, quase nove anos para fígado e mais de 11 anos para rim. Mais ainda, esse tempo de espera é superior a alguns indicadores internacionais (relacionados na Tabela 1). Esses dados se tornam ainda mais relevantes quando observamos a baixa porcentagem existente entre a quantidade de transplantes realizados e a demanda por transplantes, conforme a Tabela 2, também apresentada a seguir e analisada com mais detalhe posteriormente no texto. São muitas pessoas a esperar muito tempo, com desiguais condições de acesso aos transplantes de órgãos no Brasil.
(para aumentar click sobre a tabela)
Mais precisamente, o presente texto, que é uma extensão aos estados brasileiros do referido trabalho de Marinho 8, avalia a disparidade de acesso aos transplantes de órgãos entre as Unidades da Federação (estados e Distrito Federal), no que se refere aos diferentes tempos de espera para os transplantes. Descentralizamos o cálculo do tempo de espera nas filas para transplantes de órgãos (rim, córnea, coração, fígado, pulmão, pâncreas, rim/pâncreas) para os estados (com exceção do Acre, sem dados de produção no período) e para o Distrito Federal (DF), para os anos de 2004, 2005 e 2006.
Breve descrição do SNT
De acordo com a página do Ministério da Saúde na Internet (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004), o SNT, criado em 1997, é o responsável pela administração dos transplantes financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O SNT dispõe de 25 Centrais de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO) nos estados e no Distrito Federal, e de uma Central Nacional de Notificação Captação e Doação de Órgãos (CNNCDO), localizada em Brasília. Além disso, dispõe de 548 estabelecimentos autorizados a realizar transplantes, envolvendo 1.376 equipes médicas.
O SNT é um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, e nenhum sistema de preços é relevante para selecionar os candidatos à recepção de órgãos no Brasil. O Brasil é o segundo país com maior número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos, que fizeram 27.961 no ano de 2008, com 101.944 pessoas aguardando nas filas em 30 de abril de 2009 (United Network for Organ Sharing. http://www.unos.org/Data/default.asp?displayType=usData). Vale ressaltar que, nos Estados Unidos, os pacientes pagam pelos transplantes diretamente, ou por meio de planos de saúde, com exceção dos muito pobres, que recebem financiamento dos programas governamentais assistenciais (Medicare e Medicaid), conforme a Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO) 9. De acordo com a página do SNT na Internet (http://dtr2001.saude.gov.br/transplantes/index_gestor.htm), no ano de 2008, foram realizados no país 19.125 transplantes de diversos órgãos e de tecidos. Foram implantados 12.825 córneas, 3.154 rins, 1.110 fígados, 43 pâncreas, 205 corações, 53 pulmões. Foram realizados 127 transplantes simultâneos de rim/pâncreas e 26 transplantes simultâneos de fígado/rim. Ocorreram, ainda, 1.582 transplantes de medula óssea. Outros órgãos e tecidos, como válvulas cardíacas, ossos, veias, tendões, pele e intestino, também podem ser transplantados. A fila de espera para transplantes totalizava 68.906 pessoas no ano de 2006. O gasto com transplantes, incluindo medicamentos, no ano de 2005, foi de R$ 521,8 milhões, ou seja, 29,11% a mais do que os R$ 404,41 milhões gastos em 2004.
No Brasil, o transplante de órgãos, por doação ao Estado, somente pode ser feito após a morte encefálica do doador, que pode ser natural ou acidental, e com o concomitante funcionamento dos órgãos que serão doados, após o obrigatório consentimento familiar. A morte encefálica deve ser devidamente diagnosticada por uma equipe médica, e o transplante, autorizado pelo SNT. Uma vez constatada por médicos a necessidade de transplante, o paciente candidato a receptor é colocado na fila. A fila para transplantes no SUS para cada órgão ou tecido é única, e o atendimento é por ordem de chegada, considerados critérios técnicos, geográficos, de compatibilidade e de urgência específicos para cada órgão, de acordo com a Portaria nº. 91/GM/MS 10, de 23 de janeiro de 2001. A fila é disciplinada pela Portaria nº. 3.407/GM/MS 11, de 05 de agosto de 1998. Os critérios de urgência prevalecem, no caso do fígado, para o qual é adotado o critério baseado no Model for End-Stage Liver Disease (Meld)/Pediatric End-Stage Liver Disease (Peld), regulamentado pela Portaria nº. 1.160 12 de 29 de maio de 2006 do Ministério da Saúde.
O SNT registra informações gerais sobre os transplantes de órgãos no Brasil, mas os transplantes realizados fora do SUS não são administrados pelo SNT. Cabe informar que, no sistema de saúde suplementar, os planos de saúde somente são obrigados a financiar transplantes de rim e de córnea, embora, eventualmente, paguem outros tipos de procedimentos, que são realizados nas suas redes referenciadas, que podem incluir hospitais públicos. Aspectos relacionados aos transplantes de órgãos realizados com financiamento por instituições de saúde suplementar (os corriqueiramente chamados "planos" de saúde) são analisados em Bahia et al. 13. Os custos indiretos da não-realização de transplantes são elevados. Somente no caso dos rins, as terapias renais substitutivas, que podem, em grande medida, ser substituídas por transplantes, custaram aos cofres públicos, em 2005, a elevada cifra de R$ 1.159.679.058,23. Godoy et al. 14 estimam perdas de 11% na renda de portadores de doença renal crônica que, em grande parte, poderiam ser mitigadas por transplantes de rim. A essas perdas, devem ser adicionadas outras reconhecidas perdas de qualidade de vida dos pacientes em procedimentos de diálise, quando comparados aos pacientes transplantados.
Os órgãos não podem ser estocados por muito tempo (com exceção de ossos e medula) e somente podem ser utilizados uma vez. Um coração dura entre 4h e 6h, um pulmão de 4h a 6h, um pâncreas entre 12h e 24h, um fígado entre 12h e 24h e um rim até 48h. Uma córnea pode durar até sete dias 15. Existe elevada "capacidade ociosa", pois há um desperdício considerável de órgãos. No Brasil, de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado e somente 20% deles são utilizados como doadores de múltiplos órgãos 15.
A despeito do reconhecimento da enorme magnitude das atividades públicas de transplantes no Brasil, o SNT convive com sérios problemas operacionais. Alguns desses problemas estão descritos em um recente relatório do Tribunal de Contas da União 16. No documento, são detalhados problemas de natureza gerencial, da qualidade e da atualização tecnológica dos procedimentos médicos e da garantia de prestação de tratamento tempestivo e equitativo ao público-alvo do SNT. Ribeiro & Schramm 17 discutem aspectos morais importantes que deveriam ser reconhecidos na formulação de uma política brasileira de transplantes, diante das limitações de recursos no setor de saúde brasileiro, com a conseqüente necessidade de foco da atenção médica nas atividades relacionadas aos transplantes de órgãos em nosso país.
A importância da atuação do SNT é ampliada, pois as possibilidades de realização de transplantes com financiamento do sistema de saúde suplementar (planos de saúde) são limitadas. Tais limitações são de natureza legal e resultam da dinâmica de atuação dos referidos planos, conforme assinalam Bahia et al. 13. Um quadro preliminar comparativo do desempenho do SNT, com as atividades de transplantes em outros países, encontra-se na Tabela 1.
Na Tabela 2 vemos a dimensão e algumas disparidades entre os estados, nas filas para transplantes no SNT, no ano de 2006.
Cullis et al. 18 assinalam que as filas são um resultado dos descompassos entre a demanda e a oferta quando o sistema de preços não é o mecanismo determinante da produção e do consumo dos bens e produtos em saúde.
A demora no atendimento exerce impactos significativos sobre o bem-estar, as probabilidades de cura, a sobrevida dos enxertos e dos pacientes, a natureza e a extensão das seqüelas nos pacientes, nos familiares envolvidos, e na sociedade. Pior situação ocorre quando, além de elevados, os prazos são imprevisíveis. Com tal agravante, as incertezas decorrentes da imprevisibilidade impedem o planejamento das vidas dos pacientes e dos seus familiares, da atuação do sistema de saúde e do funcionamento do sistema produtivo onde eles por ventura trabalhem. Tempo de espera elevado implica, além dos custos e sofrimentos dos pacientes na fila, o aproveitamento de órgãos de qualidade inferior, e a conseqüente redução do tempo de duração dos enxertos. Daí advêm o aumento na necessidade de retransplantes, a provável elevação das taxas de mortalidade pós-transplantes e a redução da sobrevida atuarial da população transplantada 19. Outro efeito deletério da espera é a crescente elevação do número de transplantes intervivos, que pode ter impacto significativo sobre a vida dos doadores, incluindo a esperada elevação dos custos dos planos de saúde privados para os mesmos. Embora bastante seguros e com melhores expectativas de resultados16, existe alguma evidência de que os transplantes intervivos (ao menos para o fígado) também são mais caros do que os realizados com doadores cadáveres 20.
Metodologia
O número de transplantes realizados por ano, em cada Unidade da Federação, representa o equilíbrio possível e efetivo entre a taxa média de serviço (a oferta) e a taxa média de chegada de pacientes (a demanda) candidatos a transplantes no SNT. Em condições de total flexibilidade do "mercado" o número de transplantes realizados não poderia ser adotado como representativo da taxa de serviço, pois estaria configurado o conhecido "problema da identificação". Esse problema surge quando, na observação de um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda em um mercado, não se pode dizer, a priori, se é possível resgatar a curva de oferta e a curva de demanda. Entretanto, no SNT, a taxa média de serviço é claramente restrita e menor do que a taxa de chegada, pois as filas existem, de modo que o sistema se equilibra sobre a própria taxa média de serviço (a oferta).
O SNT disponibiliza em seu sítio na Internet a taxa média de serviço e o número de pessoas na fila para vários órgãos transplantados nos diversos estados e no Distrito Federal. Os dados disponíveis somente permitem associar as quantidades de transplantes realizados no ano de 2003 com as filas observadas em abril de 2004. As quantidades de transplantes realizados no ano de 2004 foram associadas às filas observadas em janeiro de 2005. Para o ano de 2006, os dados relacionados às filas e aos transplantes foram publicados na página do SNT na Internet.
O arcabouço analítico usado no presente estudo, baseado em elementos de queueing theory (para detalhes técnicos ver Gross & Harris 21) é o mesmo utilizado em Marinho 8, para o cálculo de filas. O modelo conhecido como Markovian/Markovian/Single Model (M/M/1) é clássico e o mais simples disponível na literatura. Tal modelo recebe esse nome porque assume uma distribuição markoviana dos intervalos de chegada, que são dispostos de acordo com uma distribuição exponencial independente e identicamente distribuída (i.i.d.). A distribuição dos tempos de internação segue outro processo markoviano e uma outra distribuição exponencial também i.i.d. Como alternativa, existe a hipótese de que todos os pacientes tenham o mesmo tempo de tratamento, com a taxa de serviço S seguindo uma distribuição degenerada, o que corresponderia ao modelo chamado de Markovian/Degenerate/Single Model (M/D/1). Pode-se demonstrar que esse modelo e o modelo M/M/1 representam os casos limites de um modelo mais geral, em que os tempos de tratamento seguem uma distribuição flexível do tipo Erlang com parâmetro k (modelo Markovian/Erlang/Single - M/Ek/1). Assim, o limite superior (no modelo M/M/1 em que k = 1) e o limite inferior (no modelo M/D/1 em que k = infinito) dos tempos de espera de todos os casos possíveis, ficam determinados. Ressalte-se que os resultados do tempo de espera nas filas obtidos no modelo M/M/1 são exatamente iguais ao dobro dos valores obtidos no modelo M/D/1. O valor real do tempo de espera estaria entre os dois limites.
Os modelos baseiam-se, fundamentalmente, na interação entre duas variáveis: R é a taxa média de chegada de pacientes para transplantes que é a variável representativa da demanda por transplantes no SUS. S é a segunda variável, que representa a taxa média de serviço, ou seja, o número de transplantes por unidade de tempo, que é a variável representativa da oferta de serviços no sistema. Estimamos o tempo médio esperado na fila dos transplantes (exclui o tempo médio de internação): Wq = (R/S)/(S-R).
Resultados
Na Tabela 3, e com o auxílio da Tabela 2 anterior, podemos descrever os resultados de nossas investigações. Os resultados para rim e córnea, que são os procedimentos mais freqüentes no SUS, podem também ser visualizados nas Figuras 1 e 2. Os resultados para os demais órgãos apresentam baixa freqüência nos estados estudados (dados não apresentados). Vale dizer que, no ano de 2006, apenas os estados de São Paulo (26 transplantes), Rio Grande do Sul (21 transplantes), Rio de Janeiro (4 transplantes) e Minas Gerais (2 transplantes) fizeram transplantes de pulmão. No que se refere ao pâncreas, o Estado de São Paulo fez 65 transplantes; o Estado de Minas Gerais fez 17 transplantes e o Rio Grande do Sul fez 2 transplantes. Para os transplantes simultâneos de rim/pâncreas, o Estado de São Paulo fez 65 transplantes, Minas Gerais fez 22 transplantes, o Rio Grande do Sul fez 20 transplantes e o Estado do Paraná fez 9 transplantes.
Constatamos que, em termos nacionais (com exceção do Estado do Acre, que foi retirado da amostra, por falta de registro de transplantes no período estudado), o tempo de espera para transplante de rim teria um limite inferior de 5,16 anos no ano de 2004, de 4,7 anos em 2005 e de 5,43 anos em 2006. Os limites superiores seriam, conforme citado na seção precedente, iguais ao dobro desses valores. Para efeitos de simplificação da apresentação dos resultados, adotamos a representação rim (5,16; 4,7 e 5,43) nos respectivos anos, indicando uma ligeira flutuação no tempo de espera. Calculamos, ainda, limites inferiores para a córnea (1,51; 1,47 e 1,25), que indicariam uma ligeira queda até o ano de 2006.
Para coração (0,65; 0,64 e 1,06), estimamos uma elevação do prazo de espera no período. Para o transplante de fígado (3,38; 3,44 e 3,77), o modelo estimou uma ligeira elevação do limite inferior do tempo de espera até 2006.
No caso do transplante de pulmão nos anos de 2004, 2005 e 2006, com respectivos tempos de espera (1,14; 1,35 e 1,03), estimamos pouca variabilidade. Para o pâncreas (1,77; 0,78 e 0,68), ocorreu uma sensível redução do tempo de espera, enquanto para transplante de rim/pâncreas (0,9; 0,7 e 1,4), o modelo estimou uma ligeira redução inicial, seguida de uma elevação do limite inferior do prazo de espera.
No país, a quantidade total de transplantes realizados, nos órgãos aqui estudados, passou de 11.750 no ano de 2004, para 12.978 no ano de 2005, e para 14.100 em 2006, o que representa um aumento de 20% em relação ao ano inicial. A lista total de espera passou de 59.167 pessoas em 2004, para 61.119 pessoas em 2005 e 63.975 pessoas em 2006, vale dizer, um aumento de aproximadamente 8% em relação ao ano de 2004.
Por outro lado, a Tabela 2 também explicita que a demanda total de transplantes, para cada tipo de órgão, ao final de cada ano, em cada estado, pode ser dividida em dois componentes básicos: os transplantes realizados (variável Tx na Tabela 2) e os transplantes ainda não realizados, isto é, as filas para transplantes (variável L na Tabela 2). Assim, um indicador natural do balanço entre o que foi realizado (Tx) e a demanda total em cada estado (Tx+L) é dado pela razão de atendimento Tx/(Tx+L).
Vemos as disparidades das razão de atendimento para transplantes de rim, que vão de 0,12% em Mato Grosso a 32,72% em Santa Catarina (Tabela 2) no ano de 2006. A razão nacional média de atendimento é de 8,43%. Também encontramos, na Tabela 3 e na Figura 1, tempos mínimos de espera que vão de elevados 424,5 anos no Mato Grosso a 1,03 anos em Santa Catarina. Note-se, na Tabela 2, que Mato Grosso fez apenas um transplante, e apresentava 848 pessoas na fila. No referido ano, a média nacional otimista de espera para rim é de 5,43 anos.
No caso dos transplantes de córnea verificamos, na Tabela 2, no ano de 2006, taxas de atendimento que vão de parcos 2,51% no Rio de Janeiro, até 62,5% na Paraíba. A média nacional para esse indicador é de 28,63%. Por outro lado, vemos, na Tabela 3 e na Figura 2, tempos de espera que vão de elevados 19,44 anos no Rio de Janeiro, até apenas 0,3 ano na Paraíba. A média nacional de espera é de 1,25 ano para transplantes de córnea.
Discussão
No conjunto das Unidades da Federação, fica evidente um predomínio do menor tempo de espera nas Regiões Sul e Sudeste, que também concentram a maior parte dos transplantes realizados e dos pacientes em filas. As exceções na Região Nordeste são os estados de Pernambuco e Ceará que se destacam positivamente, tanto por apresentarem tempos estimados de espera relativamente baixos, quanto por suas relativamente elevadas frequências de realização de transplantes (especialmente de rim, fígado e córnea). Na Região Sudeste, e no país, o destaque positivo é o Estado de São Paulo. Esse bom desempenho pode ser observado pelo exame do relativamente menor tempo de espera, em razão das elevadas freqüências de realização de todos os tipos de transplantes. O Estado de São Paulo realizou, no total do período estudado, 16.230 transplantes, em um total nacional de 38.828 transplantes, ou seja, aproximadamente 42% do total. São Paulo também se destaca pela redução do tempo de espera nos principais órgãos transplantados no país (tirante o de coração que aumentou de 0,4 ano em 2004 para 0,8 ano em 2006, e de rim/pâncreas, com prazo praticamente estagnado em torno de 1,8 ano). O sistema de transplantes em São Paulo está bem relatado em Pereira et al. 22. Observa-se, ainda, a melhoria de sua posição relativa no tempo de espera em geral no país.
Um estado destoante em termos negativos, na Região Sudeste, é o Rio de Janeiro, cuja situação problemática já foi relatada em Viera 23. A posição do estado, avaliada pelo tempo de espera, no conjunto da federação, é ruim na maior parte dos órgãos analisados, salvo o de transplante de pulmão, que apresenta os menores prazos de espera do país. Mas ressalve-se que, nesse caso, apenas quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais) realizaram transplantes (135 procedimentos no total) nos três anos analisados e que o Rio de Janeiro realizou apenas 14 desses transplantes. Além disso, o Estado do Rio de Janeiro piorou a sua posição relativa em praticamente todos os órgãos pesquisados (com exceção já citada de transplantes de pulmão).
O Rio de Janeiro teve o maior tempo de espera para transplante de córnea no ano de 2006 (19,4 anos, no modelo otimista), o que significa que, praticamente, essa atividade não é realizada na rede pública ligada ao SNT no referido estado.
Verificamos ainda, na Tabela 2, que o Estado de São Paulo realizou, no ano de 2006, um total de 4.756 transplantes de córnea, com 4.336 pessoas na fila, o que corresponde a um atendimento de 52,31% da demanda total (a demanda total, como vimos, é a soma dos transplantes realizados com a quantidade de pessoas na fila de espera). O Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, com 2.993 pessoas na fila, realizou apenas 77 transplantes de córnea, isto é, atendeu somente 2,51% da demanda total, obtendo o mais baixo índice do país. No Brasil como um todo, a taxa de atendimento para transplante de córnea é de 28,63%.
Uma situação também desfavorável para o Estado do Rio de Janeiro ocorreu no transplante de rim. O Estado de São Paulo, com 7.930 pessoas na fila, realizou 1.004 transplantes, obtendo uma taxa de atendimento de 11,24%. O Rio de Janeiro, com 3.299 pessoas na fila, fez 220 transplantes, o que corresponde a uma taxa de atendimento de 6,25%. A taxa de atendimento para rim, no Brasil, é de 8,43%.
O Rio de Janeiro tem, ainda, a segunda pior taxa de atendimento nos transplantes de fígado (7,69%), à frente apenas do Estado da Bahia (5,65%), para um indicador nacional de 11,72%. Tais resultados negativos para o Estado do Rio de Janeiro não se coadunam com a capacidade econômica nem com a reconhecida pujança de recursos sanitários desse estado.
Reconhecemos a necessidade de detalhar, estender e aprofundar a análise realizada no presente texto. Para isso, seria necessário, entretanto, incorporar dados e informações que não estão disponíveis no momento. Contudo, acreditamos que o presente estudo pode ser útil na análise do quadro atual e na formulação de políticas relacionadas aos transplantes de órgãos no Brasil.
Colaboradores
A. Marinho participou da elaboração do texto, escolha dos modelos de análise e avaliação dos resultados. S. S. Cardoso contribuiu na coleta de dados, elaboração dos modelos e cálculos e revisão geral do texto. V. V. Almeida colaborou na elaboração dos cálculos, pesquisa bibliográfica e revisão geral do texto.
Agradecimentos
Os autores agradecem os comentários de dois pareceristas anônimos. Os eventuais erros remanescentes são de nossa inteira responsabilidade.
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Correspondência:
A. Marinho
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Av. Presidente Antonio Carlos 51, 10º andar
Rio de Janeiro, RJ 20020-010, Brasil
amarinho@ipea.gov.br
Recebido em 12/Jun/2009
Versão final reapresentada em 18/Dez/2009
Aprovado em 02/Fev/2010
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